O prefeito de Belém, Duciomar Costa, o ex-prefeito Edmilson Rodrigues e cinco ex-secretários municipais de saúde foram acusados pelo Ministério Público Federal (MPF) por improbidade na administração de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). Caso condenados, eles poderão ser obrigados a devolver R$ 68,5 milhões aos cofres públicos e a pagar multa, perderão a função pública, perderão bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio e terão seus direitos políticos suspensos por até dez anos.
Entre as irregularidades apontadas pelo MPF estão o desvio de recursos do SUS, falta de pagamento aos prestadores de serviços do SUS, descumprimento de decisão judicial que determinou a realização dos pagamentos, ausência de comprovação de pagamentos e pagamentos com atrasos, além de prestação de informação falsa à Justiça.
A ação, assinada pelo procurador da República Bruno Araújo Soares Valente, foi encaminhada à Justiça Federal nesta segunda-feira, 24 de maio. Os cinco ex-secretários de saúde acusados são: Esther Bemerguy de Albuquerque, Everaldo de Sousa Martins Filho, Cleide Maria Ferreira da Fonseca, William Lôla Mendes e Manoel Francisco Dias Pantoja.
Irregularidades detalhadas - Na ação judicial, o procurador da República relata que em 2004 e 2005 houve atrasos do repasse de recursos do SUS pela prefeitura à Santa Casa, ao Hospital das Clínicas Gaspar Viana, ao Instituto Ofir Loyola e à Universidade Estadual do Pará. Embora a dívida tenha sido paga posteriormente, o Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus) constatou que os pagamentos foram feitos com recursos de novos repasses do SUS.
"Havendo a constatação de que o gestor público recebeu verba para tal finalidade a não a aplicou da forma que deveria, deve o mesmo, a menos que comprove que o recurso foi usado em outra finalidade pública - o que já é, em si mesmo, grave irregularidade - responder com seu patrimônio pessoal pelo recurso desviado, sob pena de se estar simplesmente transferindo, de um departamento para outro da Administração Pública, o prejuízo gerado pelo recurso desviado", defende Soares Valente.
Como o município havia informado à Justiça que os pagamentos foram feitos de maneira correta quando na verdade utilizou indevidamente recursos do próprio SUS, o procurador da República denunciou uma nova ilegalidade: prestação de informação falsa em juízo. O MPF também aponta na ação que o município descumpriu decisão judicial que dava prazo de 90 dias para a quitação da dívida com todos os estabelecimentos. Em vez de atender a determinação da Justiça, a prefeitura apresentou cópias de acordos feitos só com alguns dos credores, sem inclusive ter comprovado o cumprimento desses acordos.
Desvios - O MPF também relata na ação que a Controladoria-Geral da União (CGU) verificou que, dos R$ 106 milhões repassados pela União no período de abril a dezembro de 2006, relativo ao financiamento de procedimentos do SUS de média e alta Complexidade, foram gastos apenas R$ 86 milhões. No entanto, dos R$ 20 milhões que deveriam ter sobrado, na conta do programa haviam apenas R$ 3 milhões.
"Eventual alegação de que esta diferença foi aplicada em uma outra finalidade pública - o que, por si só, já se constitui em grave ilegalidade - deve ser devidamente comprovada, já que, não havendo a desincumbência deste ônus processual a conclusão a que se deve chegar é a do desvio em proveito pessoal", argumenta o procurador da República.
Fonte: Assessoria de Imprensa do MPF
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O ex-prefeito Edmilson Rodrigues remeteu ao blog, com pedido de publicação, os seguintes esclarecimentos sobre as acusações do Ministério Público Federal:
O professor, arquiteto e ex-prefeito Edmilson Rodrigues, tendo tomado conhecimento pela imprensa da ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF) sobre supostas irregularidades na gestão dos recursos da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), tem a declarar o seguinte:
1. Declara que foi no Governo do Povo (1997-2004) que Belém viu ser construído o segundo Pronto-Socorro desde sua fundação. Foi também neste período que a população teve acesso ao Programa Família Saudável, à construção de dezenas de Unidades de Saúde, sobretudo nos bairros periféricos, e à implementação de outras tantas políticas públicas de grande impacto, como aquelas voltadas à saúde da criança e do idoso.
2. Expressa sua mais firme convicção acerca da lisura, honestidade e absoluto respeito ao patrimônio público que caracterizaram seus mandatos, estando à disposição, neste sentido, para apresentar junto à Justiça ou quaisquer outras instâncias todas as informações, técnicas e jurídicas, que comprovarão o adequado uso de cada centavo aplicado durante sua passagem pela Prefeitura de Belém.
3. Aproveita a oportunidade para reiterar sua confiança nos atos e procedimentos adotados pelos membros de sua equipe de governo na Sesma, especialmente na economista Esther Bemerguy de Albuquerque e no médico Everaldo Martins Filho, que já estão adotando as medidas necessárias ao pleno esclarecimento das questões levantadas na ação do MPF.
4. Entende, finalmente, quanto às acusações que recaem sobre o atual gestor municipal, reiteradamente denunciado em inúmeros processos judiciais, que o caos da saúde pública de Belém fala por si só e recomenda o mais rigoroso e imediato processo apuratório com vistas à punição de todos os implicados nessa imoral e escandalosa malversação de recursos essenciais à preservação do direito à vida da população da capital paraense.
Deu na Agência Brasil, mais uma do-que-foi-sem-nunca-ter-sido (como dizia Dias Gomes) Prefeito Doociomar Gosta:
ResponderExcluir"18:55
25/05/2010
Prefeito de Belém é um dos acusados de desviar R$ 65,5 milhões do SUS
Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O prefeito de Belém, Duciomar Costa (PTB), foi acusado pelo Ministério Público Federal no Pará (MPF-PA) de improbidade na administração de recursos federais do Fundo Nacional de Saúde (FNS). O ex-prefeito Edmilson Rodrigues, que administrou a cidade entre 1996 e 2004, e cinco ex-secretários de saúde também foram denunciados.
Caso condenados, eles serão obrigados a devolver R$ 65,5 milhões aos cofres públicos, além de sofrer as penalidades previstas na Lei de Improbidade, como perda de função pública, perda de bens e valores conquistados ilegalmente e suspensão de direitos políticos por até dez anos.
Segundo o procurador Bruno Soares Valente, autor da denúncia, houve desvio de recursos federais destinados à saúde entre 2004 e 2006. O atraso do repasse de verba a instituições de saúde, a prestação de informações falsas sobre o pagamento da dívida e o descumprimento de decisões judiciais seriam alguns dos crimes cometidos pela prefeitura de Belém.
Duciomar Costa já teve seu mandato cassado em primeira instância em dezembro de 2009. Desde então, o Tribunal de Justiça do Pará ainda não julgou o caso, e o prefeito se mantém no cargo por meio de liminar. O motivo de sua cassação seria o uso de dinheiro público para promoção pessoal e a criação de um programa assistencialista em ano eleitoral.
Edição: Lílian Beraldo"
Tem que cobrar desse ex-prefeito a pista de autorama que ele construiu.
ResponderExcluirO É de 1000 som-som-som falou, fez autopropaganda, mas não contestou a denúncia, que é clara - não repassou as quantias devidas e pagou depois, com novos recursos do SUS. Por que esse pessoal acha que jogando purpurina nos olhos do distinto público consegue desviar o assunto?
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