sábado, 2 de janeiro de 2010

Violência lotou hospitais

No AMAZÔNIA:

Agressões por arma branca ou de fogo e excesso de bebida alcoólica predominaram nos atendimentos dos principais hospitais de urgência e emergência de Belém e da Região Metropolitana nas primeiras horas do dia 1º de janeiro. No Hospital Metropolitano, em Ananindeua, pelo menos três vítimas não resistiram aos ferimentos e morreram. No Pronto-Socorro Municipal do Guamá, em Belém, uma mulher morreu por ferimento a bala, e no PSM da 14 de Março houve outras duas vítimas fatais até as 10 horas - uma delas sofreu um acidente vascular cerebral (AVC). A previsão, segundo o médico Saulo Costa, da Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma), era encerrar o dia com um saldo de mais de 500 atendimentos.
De meia-noite até as 10 horas pelo menos 150 pessoas deram entrada no PSM da 14 de Março. A maioria, de acordo com o médico, sofreu ferimentos com arma branca ou de fogo, muitos estavam alcoolizados e eram vítimas de confusão ou brigas de rua. Alguns vindos de outros municípios, como um rapaz, trazido improvisadamente no carro da Vigilância Sanitária de Moju com uma facada nas costas. O mesmo veículo transportava ainda uma jovem, Rosicléa Cordeiro, que estava grávida de três meses e havia sofrido uma hemorragia. Ela seria levada para a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará. 'É preciso que os outros municípios também se programem para datas como essa para não superlotar o Pronto-Socorro, em Belém', reclamou Saulo.
Seis dos 28 médicos escalados para o plantão especial do PSM da 14 de Março apresentaram atestados médicos no dia 31 de dezembro e não foram trabalhar. Ainda assim, segundo Costa, o atendimento não foi prejudicado. Médicos da Cooperativa de Médicos do Pará, que tem convênio com a Prefeitura Municipal de Belém, foram chamados para completar a escala. Segundo o médico, a validade dos atestados serão apurados pelo Conselho Regional de Medicina (CRM). 'Pelo que verificamos nos anos anteriores, a partir do meio da manhã deve dobrar o número de pacientes vindos de outros municípios. É o tempo em que eles conseguem liberação de ambulância para trazer os pacientes para cá', explicou.
No Pronto-Socorro do Guamá e no Hospital Metropolitano, onde também foi grande o número de atendimentos nas primeiras horas do dia 1º, pelo menos quatro pessoas morreram vítimas de arma de fogo. No PSM, segundo voluntários do Centro Nova Vida, que prestam apoio nos atendimentos em datas como o Natal e o Ano-Novo, uma senhora foi baleada no portão de casa, vítima de bala perdida no bairro da Terra Firme, e já chegou sem vida ao hospital. Um garoto, de 10 anos, também deu entrada no PSM após um tiroteio na rua onde mora, no bairro da Cremação. O menino havia levado um tiro no peito, abaixo do coração, e deveria ser operado.
No Metropolitano, até o final da manhã, haviam ocorrido pelo menos quatro óbitos, três deles por arma de fogo. Além de um homem não identificado, que teria sido baleado durante um assalto a ônibus, morreram também Otílio de Souza Neto, que levou dois tiros no abdômen, e Marcos Freitas Leão, que também foi ferido por arma de fogo. O outro óbito foi de Antonio Gaspar Pereira, 83 anos, que perdeu o controle da moto que pilotava, na BR 316, em Castanhal, e não resistiu aos ferimentos.

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