No Página Crítica, sob o título acima:
A grande mídia faz coro com as viúvas da ditadura, fardadas ou não. Clamam por isonomia, como se fosse possível - ou eticamente defensável - colocar no mesmo plano de responsabilidade quem supliciou, esquartejou e deu sumiço a um ser humano com aquele que, diante das circunstâncias do seu tempo, soube exercer seu direito à rebeldia.
A polêmica sobre o Plano Nacional de Direitos Humanos ainda está longe do fim. O governo parece querer ganhar tempo, jogando a decisão final da controvérsia para mais adiante.
À sociedade civil interessa colocar tudo em pratos limpos, ampliando a denúncia e a pressão legítima para que a covardia não prevaleça.
Felizmente, as primeiras vozes já começam a se fazer ouvir. Aqui e aqui.
Prezado PB,
ResponderExcluirEm lugar de constituir uma Comissão para a Reconstituição da Verdade (Histórica) - seja lá que nome se dê à tal Comissão -, que será formada, em sua maioria, por pessoas oriundas da esquerda, penso que o ideal seria simplesmente abrir os arquivos do DPOS e dos serviços de inteligência das Forças Armadas brasileiras.
Foi o que a Alemanha fez com os arquivos da Stasi, a temida polícia política da Alemanha Oriental (comunista); no excelente filme "A Vida dos Outros", vemos como um dos personagens vai a um certo lugar e, como se pedisse qualquer livro, tem acesso livre e rápido aos arquivos da Stasi.
Quanto a punir quem matou e torturou, creio que isso não seja mais possível, seja porque tais crimes prescreveram à luz da lei penal pátria, seja porque uma lei anistou a todos no passado, permitindo a reconciliação política nacional.
Não se trata, portanto, de falar em "viúvas da ditadura" porque, tudo bem pesado, houve também vítimas fatais produzidas pela esquerda armada. Afinal, o que foi a guerrilha do Araguaia senão uma tentativa de promover, por meio da Teoria do Foco Guerrilheiro, uma Revolução armada que culminasse com a implantação de um regime nos moldes do castrismo!? A guerrilha era comandada pelo PC do B.
É claro que a resposta foi excessiva, típica mesmo do que se convencionou chamar de "guerra suja". Mas o que quero ressaltar que, nos anos de chumbo, houve excesso de ambos os lados.
Daí cabe perguntar: a Comissão da Verdade (Histórica) apurará tudo realmente ou, ao contrário, dependendo do verniz ou coloração ideológica, vai trazer à tona apenas os crimes de um dos lados?
Caro Anônimo de 2jan, 15:00h, acho que sem maiores delongas, você colocou a opinião da maioria. Eu, que era muito jovem naquela época, vivi em plena liberdade. Nunca fui incomodado por nenhuma força repressiva. Aliás, mesmo sem nenhuma pretenção política, estudei em colégios públicos, me formei em Universidade Pública, fazia farra até tarde, etc. Os meus conhecidos tiveram uma vida semelhante e, sem medo de errar, a grande maioria dos brasileiros viveram, também, sem se sentirem acuados. Agora, para uma minoria que queria mudar o "status quo" agindo, muitas vezes, com violência, houve o enfrentamento. É claro que houve perseguições e injustiças - hoje existe-, mas para que seja "passado a limpo", é necessário que os dois lados vão a berlinda. E mais uma coisa, se pudesse, não deixaria que a fração, mesmo ínfima do que sai do meu bolso, fosse parar na mão de quem optou por ser oposição naquela época e ganhar sem fazer nada, agora. Não é justo.
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