No AMAZÔNIA:
De um extremo ao outro da cidade é possível encontrar ruas e casas alagadas pelas chuvas. Acostumados com a falta de estrutura da cidade para o período, moradores aterram ruas, levantam a frente de suas casas e até abrem buracos no meio da rua para escoar a água. Mesmo sob a influência do fenômeno El Niño - que deveria reduzir o volume das chuvas - nos meses de dezembro do ano passado e janeiro deste ano os índices pluviométricos superaram as médias históricas em Belém. Para fevereiro, a previsão dos meteorologistas é de chuvas abaixo do normal para a média histórica do mês, mas superior ao volume de chuvas de janeiro, o que torna ainda mais vulnerável a situação das famílias que moram nas áreas de risco.
No mês passado, choveu abaixo da média na maior parte do Estado. Na Região Metropolitana de Belém, porém, os meses de dezembro e janeiro registram índices pluviométricos acima do esperado. Em fevereiro, o volume das chuvas no Pará - que normalmente é em torno de 417 mm - deverá ser de 10% a 20% menor. É o que afirma o meteorologista do 2º Distrito de Meteorologia, José Raimundo Souza. Segundo o especialista, algumas regiões do Estado podem superar a sua média histórica, mas serão casos isolados.
A primeira maré alta do mês na cidade de Belém será no dia primeiro, às 0h26 e às 13h19. A previsão é que a maré alcance 3,7 metros e não coincida com as chuvas. 'Será uma semana com, relativamente, poucas chuvas. As marés altas não devem coincidir com as chuvas fortes. Nem em Belém, nem em Salinas', esclarece. Ele informa que, no dia 28 ocorrerá a maior maré do mês: será 10 cm maior que a do dia primeiro, à noite, às 23h23'.
O meteorologista Jorge Luís Machado Lopes, do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), explica que o padrão de precipitação característico dessa época do ano é de chuvas continuas e persistentes, com grande variação de intensidade. 'A chuva se inicia geralmente durante o final da tarde ou noite, adentrando a madrugada e alcançando a manhã do outro dia. Essas chuvas são causadas quando a Zona de Convergência Intertropical - principal sistema meteorológico responsável pelas chuvas do inverno amazônico - começa a se aproximar e se instalar nas imediações do litoral norte e nordeste do Brasil', esclarece. Segundo ele, a influência do El Niño no nordeste paraense deverá fazer com que as chuvas se concentrem na segunda metade do dia. Com maior intensidade à tarde e enfraquecendo no período noturno.
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