segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Diálogo da soberba

CÁSSIO DE ANDRADE

Diálogo e soberba nunca se completam, mais ainda, quando acompanhados da empáfia e da sordidez. O primeiro, nos leva à lógica dual dos gregos, a dialógica que procura encontrar na razão dual, coerência e solidez de argúcias, mesmo opostas ou diversas. Diálogo unívoco é um erro conceitual. Dialogicidade sempre será alteridade.
A soberba, esta eivada da vaidade, mais latina que clássica. Soberba traduz auto-suficiência e, por conseguinte, soberania, não no sentido da ciência política, mas da axiologia da solidão. A soberba reina por si, por isso, solitária e arrogante. Solitária, posto que unívoca, não dialógica, não dual. É centrada em etnos.
O que pensar então de um diálogo da soberba? Monólogo. O diálogo da soberba é o monólogo arrogante. Vai-se a argúcia, adentra-se a evocação, o rogo, a ajaculatória dos axiomas. Um eterno emitir, um falar e um não-ouvir. Orar e não auscultar. Mais propriamente, prescrever, sem perscrutar.
Na arrogância, a soberba dialoga consigo - por si e per si - e traduz um surdo repique de som. Áudio abafado de anátemas, a soberba grita aos pares e reverbera-se em fórmulas. Um diapasão que não comporta dissonâncias. Ode una e indivisível.
O diálogo surdo da soberba é diletante, mas pode ser dialético. Ainda que dialético, soará sempre arrogante...

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CÁSSIO DE ANDRADE é professor
O artigo foi escrito a propósito do comentário desastroso do jornalista Boris Casoy sobre o garis.

Um comentário:

  1. Anônimo4/1/10 23:19

    Pode soar clichê, mas Bori Casoy é um judeu com espírito de nazista.É um preconceituoso em todos os sentidos.
    Eu diria também, "Que Mer..., esse apresentador censurando os outros( com o seu bordão-Isso é uma vergonha!)do alto do seu microfone, trabalhador da mais alta classe, mas um ser desprezível".
    Não suporto aquela cara de fuinha dando uma de senhor respeitoso exclamando seu bordão rídiculo.
    Se eu já não o assistia, agora é que não "dou Ibope".

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