No AMAZÔNIA:
A imagem negativa que cerca o bairro da Cabanagem pode, em grande parte, ser atribuída à figura de Jocicley Braga Moura, o 'Dote'. Nascido e criado no bairro, o jovem ascendeu no tráfico de drogas aos 12 anos de idade, quando, segundo a Polícia Civil, passou a comandar a área. Segundo as autoridades, 'Dote' é um dos maiores traficantes do Norte e Nordeste brasileiros. Responde a processos pelo crime nos Estados do Ceará, Paraná, São Paulo e Amazonas, onde tinha bases, além de exercer influência até hoje na Cabanagem, em Belém.
O jovem também responde pelo crime de homicídio, praticado contra sua namorada, a modelo Vanielle Albuquerque, em Fortaleza, no ano de 2007, e por ter planejado assassinar o delegado Éder Mauro Barra, titular do Grupo de Polícia Metropolitana (GPM) da Polícia Civil. O delegado, conhecido por seu trabalho intenso no combate ao tráfico na Cabanagem, foi ameaçado de morte dias após desmantelar laboratórios de preparo de droga no bairro, no ano passado.
Depois de meses de investigação associada às ameaças, 'Dote' foi preso em fevereiro deste ano, mas foi solto no mês seguinte. Ele voltou a ser capturado em Manaus (AM) no mês de julho, mas foi novamente posto em liberdade em outubro, com base em habeas corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Desde então, responde aos processos em liberdade - mas moradores da Cabanagem dizem que sua família permanece no comando do tráfico naquela área.
Outros grandes traficantes e matadores da Cabanagem são Valdiclei Vieira de Souza, o 'Cleinho' - o pistoleiro contratado para matar Éder Mauro -, que teria mais de 20 homicídios nas costas; 'Jacaré', 'Boca' e 'Ema' - todos comparsas e atuantes na área de 'Dote'; e José Roberto Fernandes Barbosa, o 'Zé Roberto', que seria o principal financiador das ações de 'Dote'.
Destes, 'Cleinho' é o que está em situação mais complicada: há oito solicitações de prisão preventiva contra o pistoleiro na Justiça. Há, ainda, Antônio Alves Ribeiro, o 'Zé Ribeiro'. Este foi preso em uma operação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) ao ser apontado como dono de 80 kg de pedra de óxi. O material, obtido a partir do tráfico internacional, seria repassado pelo acusado, que mantinha bases de atuação na rua Roberto Regateiro, na Cabanagem.
Pô, nem pra esses traficantes acertarem os filhos de quem os mandou soltar. Aí, a coisa dava certo.
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