sábado, 19 de dezembro de 2009

Se todos têm, por que não o DEM, hein?

E o DEM, hein? (sempre será uma rima, mas nunca uma solução, como vocês sabem).
Pois é.
O DEM bem que se esforçou.
Montou seu script.
Montou o seu roteiro.
Com a mais nobre das intenções, o DEM decidiu: vamos expulsar o Arruda.
Arruda?
Sim, o José Roberto, protagonista-mor do escândalo que teve dinheiro em meias e dinheiro cueca abaixo.
Mas Arruda, vocês sabem, foi mais rápido no gatilho, foi mais rápido no panetone.
Em vez de ser expulso, ele se expulsou.
Em vez de o tirarem, ele se tirou.
Em ver de ser saído, ele saiu.
Com isso, deixou o DEM sem discurso.
Arruda, como já se disse aqui, roubou o discurso do DEM.
Roubou o discurso que estava prontinho da silva.
Tipo: “Nós expulsamos os nossos ímprobos; o PT e o PSDB, não”.
Mas – ah, coitado do DEM! – a questão primordial é a seguinte.
Mesmo livre de Arruda, o DEM mantém colada sua imagem à do mensalão.
Mesmo sem Arruda, DEM e mensalão – ou mensalinho - continuam a ser um só.
Mesmo sem Arruda, será difícil para o eleitor apagar um fato: Arruda criou o seu mensalinho enquanto fazia parte da, digamos, grei chamada do DEM.
A grade grei chamada DEM, se quiserem.
Será difícil apagar o fato de que dinheiro enfiado em meias foi uma prática inventada pelo mensalão do DEM.
Será difícil desconsiderar que dinheiro cueca abaixo é grife do DEM.
O DEM vai ter que caprichar muito, muitíssimo para se descolar da imagem de partido que, ora bolas, também teve o seu mensalinho.
Se todos têm, por que não o DEM, hein?
Putz!
De novo, até rimou.
Mas isto, repita-se, não é uma solução.
Claro que não.
Hein, DEM?

4 comentários:

  1. Amigo.
    Vamos raciocinar na contramão do que você escreveu.
    Todos os jornalistas são honestos e corretos como você, caro Paulo ?
    Claro que não !
    Até os que estão bem pertinho de você, não são.
    E você sabe muito bem disso.
    Só sabe...
    Nem por isso você se muda de redação.
    Continua lá, defendendo os seus ideais e honrando a sua classe.
    Pois então, assim é na política.
    Assim são os políticos.
    Nem todos são o que você acha que são.
    Ou, nem todos são o que você acha que não são.
    Como a gente se engana nessa vida.
    Quando o amigo quiser saber o que realmente aconteceu no episódio do processo de expulsão do Arruda, contarei em detalhes pra você.
    Um grande abraço e um feliz Natal.
    Vic

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  2. O deputado tem razão, nem todos são corruptos, só os corruptos são corruptos. Mas usar dinheiro público para passear com a família pelo exterior não é um tipo de corrupção? Por mais que o deputado afirme que todos assim o faziam, que a Câmara assim o permitia, isso não o isenta do ato de corrupção. Expulsar o Arruda depois do escândalo não livraria o DEM da mancha de corrupção. O próprio deputado, pouco antes do escândalo estourar, apresentava o governo do Distrito Federal como um modelo de administração íntegra - e o deputado bem sabia como as coisas funcionavam por lá.

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  3. wendell correa19/12/09 22:55

    o nobre deputado deveria denunciar quem são os jornalistas de má indole que cercam o senhor paulo e nos contar o que ele sabe do caso arruda, pois considero que assim estaria contribuindo para uma sociedade melhor, que inclusive é seu papel como representante do povo.

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  4. Não adianta o deputado Vic querer defender o indefensável. O DEM enrolou o quanto pode pra não ter que expulsar o Arruda e não é de hoje que o partido se envolve em maracutaia, e o nobre deputado bem sabe disso, com certeza melhor do que qualquer um de nós. E o mehor exemplo já foi dito aqui e na mídia nacional em várias ocasiões, inclusive na farra que foi as viagens para o exterior para levar namoradinhos de filhas e amigos com o nosso pobre dinheirinho.

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