No AMAZÔNIA:
Mais uma tentativa de fuga foi registrada na Seccional Urbana do Comércio, situada na região central de Belém. Desta vez, os 11 presos custodiados tentavam escavar buracos nas paredes do xadrez, reformado recentemente e improvisado em um dos cômodos do prédio histórico em que funciona a unidade policial.
A fuga foi frustrada depois que o investigador Alberto Paixão, chefe de operações da seccional, comandou uma revista na cela, à manhã de ontem. Foi encontrado um pedaço de ferro utilizado pelos detentos para escavar dois buracos, ambos de 30 cm de diâmetro, em paredes que davam acesso ao estacionamento a uma loja vizinha da seccional. A cela será submetida a novas obras e terá sua estrutura reforçada.
Esta foi a segunda tentativa de fuga no Comércio em menos de dois meses. Ao início do mês de setembro, 12 dos 27 detentos que ocupavam o xadrez da unidade à época tentaram empreender fuga, escapando da cela rumo à casa de força da unidade. Depois daquela ocasião, a diretora da seccional, delegada Christiane Lobato, solicitou que fossem feitas obras para isolar completamente a cela - uma espécie de 'jaula metálica' posta dentro de um dos cômodos do prédio.
O teto, que antes era de fácil acesso para os presos que serrassem as grades da 'jaula', teve sua estrutura rebocada e reforçada. Da mesma forma, as paredes da cela, que dão acesso não só à casa de força como ao estacionamento da seccional, na rua 15 de Novembro, e a uma loja que funciona ao lado, na travessa Frutuoso Guimarães, foram reforçadas com placas de aço e mais concreto. 'São medidas tomadas para coibir mais uma fuga em massa', disse Alberto Paixão.
Mesmo com todo esse reforço, o desejo de liberdade dos 11 presos custodiados na unidade motivou nova tentativa. Na tarde de domingo, o chefe de operações foi até a seccional e ouviu barulhos suspeitos vindos da cela. 'Não era algo emergencial. Eram só batidas na direção da parede, mas é praticamente impossível cavar um buraco nelas', disse.
Ontem, uma revista foi organizada pela Polícia Civil na cela pela manhã. Na ocasião, foram encontrados dois buracos em fase inicial de escavação nas paredes, ambos com cerca de 30 cm de diâmetro. Para fazer a raspagem do barro que cobre a superfície da parede, os presos utilizaram um pedaço de ferro arrancado do gradeamento do xadrez. Segundo Alberto Paixão, os detentos já foram orientados a desistir de fugir do local. 'A estrutura foi reforçada. Já avisamos para eles desistirem. Mas não adianta', relatou.
A precariedade e pouca segurança na cela da Seccional Urbana do Comércio já foram comprovadas em perícias em várias ocasiões. Em julho deste ano, 18 detentos escaparam da seccional durante a madrugada. Eles fugiram pelo teto do xadrez, que dá acesso aos demais andares do prédio. Outra tentativa de fuga transcorreu em setembro e quase resulta em mais 12 bandidos nas ruas.
Equipes do Corpo Militar de Bombeiros e do Centro de Perícias Científicas (CPC) Renato Chaves já constataram as condições problemáticas do xadrez, que já chegou a abrigar cinco vezes mais presos do que sua capacidade original permite. Segundo o CPC, a cela tem espaço ideal para, no máximo, seis detentos.
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