No AMAZÔNIA:
O ex-prefeito de Belém Ajax D’Oliveira morreu ontem, às 20h50, de insuficiência renal crônica associada à insuficiência respiratória, após 22 dias internado e em coma induzido. O estado de saúde do ex-prefeito se agravou devido a complicações por causa do diabetes e da hipertensão. Ajax ficou na UTI de um hospital particular por mais de três semanas.
Ajax tinha 84 anos e foi internado em razão de complicações decorrentes do diabetes, doença com a qual convivia desde os 62 anos. Há 21 anos tinha problemas renais crônicos e precisou ser submetido à terapia de diálise. Antes de morrer, ele teve paradas cardíacas, mas conseguiu ser reanimado. 'Estamos confiantes. O fato de estar vivo já atribuo a um milagre', disse, antes da morte de Ajax, um dos filhos do ex-prefeito, o juiz federal Rubens Rollo D’Oliveira. Ontem, outro filho de Ajax, Carlito D’Oliveira, estava providenciando a documentação para o enterro que deverá acontecer na tarde de hoje.
Segundo a família, Ajax D’Oliveira sempre teve boa saúde. Mas há pouco mais de um ano ficou muito debilitado quando perdeu em maio do ano passado a esposa, Maria de Nazaré Rollo D’Oliveira. Antes disso mantinha uma rotina em que priorizava caminhada, leitura e, principalmente, a convivência com os nove netos. Tinha um carinho especial pela casa da família em Mosqueiro, na praia de São Francisco, e sempre cultivava o hábito de conversar sobre política. Em 1995, Ajax D’Oliveira superou um câncer de próstata. A corrupção na política era o que mais o aborrecia. 'Ele abominava a corrupção na vida pública', reforçou o juiz Rubens Rollo D’Oliveira.
Ajax D’Oliveira foi vice-prefeito de Belém, eleito pelo voto popular, de 1966 a 1970. Foi 'prefeito biônico' da cidade de 1975 a junho de 1978. Bacharel em Direito, ele foi superintendente do Incra e do INSS no Pará até se aposentar, aos 56 anos, como procurador federal do INSS. Como prefeito de Belém, inspirou-se em dez praças e ruas de lazer de Curitiba (PR) e comandou o projeto que transformaria a avenida 25 de Setembro em uma grande área verde de lazer e esporte.
E o ex-prefeito deve ter morrido desgostoso com o que fizeram com a 25. Um promotor e um juiz se arvoraram em donos da cidade e determinaram a destruição de uma rua de lazer, porque entendem que a cidade só existe para os carros. A iniciativa de Ajax de Oliveria foi obra de alguém que amava a cidade e principalmente se preocupava com o bem-estar de seus moradores, coisa que os prefeitos e outras autoridades não conhecem.
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