domingo, 1 de novembro de 2009

Graduação enfrenta críticas

No AMAZÔNIA:

No próximo dia 22, os 50.232 candidatos inscritos no Processo Seletivo Seriado (PSS) 2010 vão iniciar a disputa por uma das 6.082 vagas ofertadas, neste ano, pela Universidade Federal do Pará (UFPA). As vagas estão distribuídas entre 144 cursos de graduação espalhados pelos campi em Belém e nos municípios do interior do Estado. Este ano, a universidade oferece 790 vagas a mais que no PSS 2009. Medicina ainda ocupa a primeira colocação dos cursos mais concorridos no Vestibular 2010. Em segundo lugar, está Comunicação Social - habilitação Publicidade e Propaganda, seguido de Fisioterapia, Psicologia e Direito.
Já entre os candidatos que optaram por disputar as vagas pelo sistema de cotas, os cursos de Educação Física, Fisioterapia e Nutrição são os mais concorridos. Este ano, a UFPA abriu inscrições para o processo seletivo destinados aos candidatos indígenas. 194 inscritos vão disputar, entre eles próprios, as 112 vagas reservadas pela Universidade. O curso de Medicina aparece, novamente, no topo da lista dos mais concorridos para as vagas em Belém. São 13 indígenas que disputam uma das duas vagas ofertadas pela UFPA.
O curso de Publicidade e Propaganda tem 277 candidatos inscritos disputando uma das 20 vagas. São 27,70 candidatos para uma vaga. Para o diretor da Faculdade de Comunicação da UFPA, Otacílio Amaral, a alta demanda pelo curso de Publicidade e Propaganda da universidade é motivada pela reconfiguração que o profissional da publicidade ganhou ao longo dos anos. 'A atividade comunicação passa a ter uma ocupação específica, mas agora com novas oportunidades. O publicitário não é somente um criador. Ele atua em todas mídias e inclui ainda as questões de marketing. O mundo começa a se transformar quando a publicidade começa atuar na área da cidadania, do meio ambiente e da política. No processo de responsabilidade social, ela passa a ter importância de cunho social', afirma.
No final deste ano, calouros e concluintes do curso vão passar pela avaliação do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes, que integra o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Em 2006, ano da última realização do Exame, o curso ficou com nota dois. Ela se refere ao desempenho dos estudantes ingressantes e concluintes em conhecimento específicos e na formação geral. O Enade tem o objetivo avaliar o desempenho dos estudantes em relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares do curso de graduação, às suas habilidades para ajustamento às exigências decorrentes da evolução do conhecimento e às suas competências para compreender temas exteriores ao âmbito específico de sua profissão, ligados às realidades brasileira e mundial e a outras áreas do conhecimento.
De acordo com o professor, a nota foi atribuída a vários fatores que, este ano, podem mudar devido às mudanças no curso. 'O ser humano precisa de um resultado para se fundamentar. Apesar da nota dois, o nosso corpo docente pegou a nota quatro. Também temos que atribuir as condições precárias dos laboratórios da época. Mas, com a nova estrutura curricular e os 12 novos doutores, tudo isso é um conjunto de peso. É preciso ainda uma ampliação na área de pesquisa', reconhece. Ele afirma que vários alunos fizeram 'boicote' ao Enade no ano de 2006.
A massificação dos cursos e os baixos investimentos que o ensino superior sofreu são apontados por Otacílio como os principais motivos para a redução de qualidade dos cursos de graduação. Ele desconsidera que o curso esteja sucateado, mas, segundo afirma, o discurso tecnicista do mercado exige uma pressão maior e a falta de investimentos é um entrave à melhoria dos laboratórios.

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