quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Dias de tensão na Curuzu

No AMAZÔNIA:

O Paysandu, que em 2010 pretende conquistar o bicampeonato estadual e o tão almejado acesso à Série B do Campeonato Brasileiro, vive um momento de crise enquanto fala-se em contratar quase 20 jogadores para a disputa da próxima temporada. A falta de dinheiro para manter o pagamento dos salários em dia - o mês de outubro ainda não foi pago e novembro vence no próximo dia 10 - deixa a maioria dos funcionários no clube de cara amarrada. E para amenizar a situação, o presidente Luiz Omar Pinheiro convocou para uma reunião todos os funcionários, diretoria e gerência de Futebol.
A comissão técnica, por ordem do próprio presidente, ficou fora do encontro. 'Com eles, terei outra conversa', disse Luiz Omar, que explicou os motivos da reunião. 'Resolvi esclarecer a todos os funcionários a nossa situação e mostrar os bloqueios das cotas de patrocínio da Cerpa e Unimed para eles ficarem cientes do problema. Os cheques com os quais faríamos os pagamentos deste mês foram bloqueados pela Justiça do Trabalho e, para desbloquear, demora mais de 15 dias. Já entramos com uma ação, mas isso demora mesmo.'
Ao estilo 'sem papas na língua', o dirigente encarou a reunião com naturalidade e deu uma dura resposta aos insatisfeitos com a situação. 'Foi um diálogo importante onde tudo girou em torno do Paysandu. O atraso no pagamento existe, mas estamos lutando diariamente para honrar com esse compromisso. Quem estiver insatisfeito, pode cair fora na hora que quiser. É só me procurar para fazermos um acordo', frisou.
O dirigente não admitiu oficialmente, mas ficou ainda mais evidente que os bloqueios das cotas de patrocínio também causaram o adiamento do anúncio da lista de dispensas que o próprio Luiz Omar havia prometido desde a semana passada. Os nomes dos atletas que não permanecerão na Curuzu em 2010 já foram escolhidos. No entanto, o clube só vai divulgá-los depois que tiver dinheiro para bancar as rescisões contratuais.
Luiz Omar aproveitou a ocasião para fazer um desabafo. O presidente pediu mais paciência aos críticos, sejam eles da imprensa esportiva, da oposição no clube ou mesmo da torcida bicolor. 'As pessoas criticam porque não sabem o quanto é difícil administrar um clube como o Paysandu. Se fosse fácil, eu não estaria aqui. Cometer erros, todos cometemos. Mas o que as pessoas não podem fazer é um linchamento moral da pessoa do presidente e nem da imagem do Paysandu', declarou.

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