No AMAZÔNIA:
Quatro horas depois de chegar à Unidade de Terapia Intensiva, onde ficaria se recuperando de uma cirurgia de aneurisma coronariano, o professor José Ubiratan Rosário sentiu-se mal e, apesar das tentativas dos profissionais que o atenderam, morreu às 22 horas da noite de sábado. O corpo foi velado na sede da Academia Paraense de Letras, onde ocupava a cadeira 28, cujo patrono é Leopoldo Sousa. Ocuparam a cadeira 28 os jornalistas Paulo Maranhão e Paulo Maranhão Filho e o jurista Pedro Martin de Mello. Agora ela está vazia.
Nascido em Viseu, mas bragantino de coração, Ubiratan Rosário criou-se em Castanhal e Santarém, até mudar-se definitivamente para Belém. Foi aluno do Colégio 'Paes de Carvalho' e graduou-se em História pela Universidade Federal do Pará. Aprovado em concurso público, passou a lecionar História Medieval, Antropologia, Folclore e Cultura Brasileira. Ao longo dos anos, construiu uma sólida carreira no magistério e em instituições culturais. 'Com a morte do Ubiratan não apenas a Academia de Letras, mas a cultura do Pará perdem um dedicado estudioso. Nós perdemos, na APL, um confrade muito querido. O mundo perde um homem bom', disse o presidente da academia, professor Édson Franco.
Sócio-efetivo da Associação Internacional de Lusitanistas (AIL), membro do Conselho das Comunidades Luso-Brasileiras e da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), integrou o grupo dos pesquisadores e antropólogos do Centro Regional de Antropologia de Urgência Brasil, dirigida, em São Paulo, pelo antropólogo Orlando Sampaio Silva. Em Oxford, Inglaterra, apresentou a comunicação 'Carlos Gomes e o sagrado lusoamazônico', publicada nas Actas do Quinto Congresso Mundial de Lusitanistas (dois volumes) sob os auspícios da Universidade de Oxford. O texto circulou por mais de 30 países.
José Ubiratan Rosário pertencia, também, ao Instituto Histórico e Geográfico do Pará, à Comissão Paraense de Folclore, à Academia Paraense de Jornalismo e a dezenas de instituições. Editava, uma vez a cada dois meses, um jornal chamado 'O Pássaro', destinado à divulgação do folclore paraense. Na APL, conquistou o prêmio 'Samuel Mac Dowell' e o 'José Veríssimo', da Academia Brasileira de Letras, com a obra 'Amazônia - processo civilizatório: Apogeu do Grão Pará'. Centenas de amigos foram se despedir do escritor, que foi sepultado ontem à tarde.
O Prof. Ubiratan foi meu orientador por ocasião do meu Trabalho de Conclusão de Curso pela UFPa (Escola Conego Leitão: Um educandário tradicional da comunidade castanhalense). Ele era um homem que amava o que fazia. Homem reservado, bem-humorado, dedicado e sorridente. Meus pesares à família. Fui pego de surpresa com a notícia, ele era um homem muito fácil de se gostar.
ResponderExcluirFiquei triste com a morte de um amigo que pela minha familia era considerado como um irmao por nos. Bira que Deus tenha te recebido de bracos abertos, pois nesta terra vc. so deixou alegria,felicidade e riqueza intelectual para os alunos da amada UFPA.Meus pesares a todos os seus familiares. Etelvina Ferreira,ESPOSO E FILHOS 18.02.2010
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