sábado, 3 de outubro de 2009

O Rio rumo ao Olimpo

Na VEJA:

O Rio de Janeiro conquistou o direito de sediar os Jogos Olímpicos de 2016, na tarde de sexta-feira. O placar foi folgado. A vitória, arrasadora. O poder econômico de Chicago, a eficiência de Tóquio e a história de Madri ficaram a comer poeira. Na terceira e última rodada de votação, sobraram o Rio e Madri. Vitória carioca por 66 votos a 32. O anúncio, feito pelo presidente do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogge, foi o reconhecimento de uma candidatura madura e realista – corolário da força de uma economia estávele de uma nação politicamente pacificada. A tocha do ideal olímpico já ilumina o Rio de Janeiro com sua mensagem de superação individual com respeito às regras: "Citius, altius, fortius!"
O ano de 2016 começou para os brasileiros às 13h50 da última sexta-feira. A entrada triunfal se deu a bordo de uma disputa avaliada em 500 milhões de reais, o total investido por Rio, Madri, Chicago e Tóquio juntas. No profissionalíssimo jogo em que se decide o destino dos Jogos, nada é gratuito. Na reta final, os estrategistas usaram a influência de políticos e personalidades internacionais no corpo a corpo com os eleitores do COI. O vale-tudo pelos votos transformou Copenhague num desfile de celebridades. Pelé jogou bola com crianças. Paulo Coelho ofereceu um almoço para uma plateia feminina. Lula, parafraseando o "Sim, nós podemos" de Barack Obama, partiu para cima do que parecia ser o maior oponente. Não foi.
Vencer a disputa pela sede dos Jogos Olímpicos não é meramente uma questão de prestígio. O do presidente americano, incontrastável sob todos os aspectos, não o ajudou. Sua mulher, Michelle, brilhou como sempre ao lado de Oprah Winfrey, mas não o suficiente. No final de tudo, valeram os atributos de um projeto mais consistente. Aí, sim, é que contou a união estabelecida entre o presidente Lula, o governador do Rio, Sérgio Cabral, o prefeito Eduardo Paes e o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman. Os Jogos Olímpicos não são mais apenas competições entre atletas. São espetáculos dotados de uma capacidade única de alavancar economias e transformar cidades. Essa é a força da vitória conquistada agora.

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