sábado, 3 de outubro de 2009

Medo domina escola invadida

No AMAZÔNIA:

O dia depois do assalto que vitimou alunos dentro da sala de aula da Escola Nossa Senhora do Carmo, no Tapanã, foi de aulas suspensas nos turnos da tarde e da noite e clima de tensão por causa da prisão dos acusados. A violência na unidade, que não conta com policiamento escolar nem vigilância particular, é antiga; resiste aos projetos de integração da comunidade e afugenta professores. O ensino médio, por exemplo, está sem docentes para as disciplinas Português e Biologia desde o início do ano. O assalto ocorreu anteontem, por volta das 16h30, segundo relatos de estudantes e funcionários. Quatro bandidos armados pularam o muro, entraram em uma turma da 8ª série e roubaram dinheiro, celulares e joias. A maioria dos alunos estava assistindo aula.
Um estudante contou que um dos bandidos, em tom de ameaça, mandou que uma das vítimas parasse de olhar para ele. Depois do assalto, algumas pessoas saíram correndo da escola e ainda ontem o medo permanecia, tanto que apenas um professor do turno da tarde, que não sabia do ocorrido, compareceu para cumprir o expediente.
Devido esse clima, a direção suspendeu as aulas dos turnos da tarde e da noite. Os estudantes Mayara Santos, de 17 anos, e Civan Martins, de 14, estiveram na escola, mas disseram que ainda estavam assustados. A mãe de Civan, Francisca Martins, conta que já orienta o filho a sobrinha a deixarem os celulares em casa.
Prejuízos - O problema acabou atrapalhando o calendário de provas, que seria iniciado ontem. Foi mais uma interferência na vida escolar dos 2.004 estudantes porque eles já estão sendo prejudicados desde o início do ano pela falta de professores.
Segundo a vice-diretora, Ana Nascimento, faltam, por exemplo, professores de Português e Biologia para todas as turmas de ensino médio. Todos os candidatos que estiveram lá recusaram a vaga logo após a primeira visita, quando constataram a insegurança da área.
Na falta de solução, a vice-diretora e uma professora de Química dão aulas de Português e Biologia, respectivamente. Mas não recebem para isso e, devido aos outros compromissos, não cobrem totalmente a carga horária que seria necessária para ensinar o conteúdo previsto para o ano.

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