quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Uepa reduz número de vagas

No AMAZÔNIA:

A Universidade do Estado do Pará (Uepa) reduziu em 500 o número de vagas para o próximo ano letivo. O impacto foi maior nos campi do interior e nos cursos da área de Educação. A reitora Marília Xavier afirma que houve, sim, um redimensionamento para corrigir o aumento da oferta sem que a instituição tivesse professores ou infraestrutura para isso. O balanço apresentado pela reitora aponta 3.046 vagas ofertadas no vestibular realizado ano passado e 2.536 ofertadas no seletivo deste ano. A redução foi de 17% e diz respeito aos cursos regulares da área de Educação (520 a menos) e Saúde (20 a menos).
Apenas a área de Tecnologia teve aumento de vagas ofertadas, ao passar das atuais 430 para as futuras 460. Por outro lado, houve a oferta de vagas para cursos a distância ou semipresenciais ofertados através de seleções específicas para atender, por exemplo, o Planejamento Territorial Participativo (PTP) do governo estadual (440 vagas).
O levantamento mostra que a oferta de cursos regulares experimentou três anos de crescimento, ao sair de 2.146, em 2006, para 2.468 e 3.240 nos dois anos seguintes, respectivamente. O acréscimo de 2008 é associado à criação de 772 vagas para a formação de professores.
Segundo Marília Xavier, essas 772 vagas foram criadas a partir de convênios com as prefeituras e atenderam à demanda específica dos professores da rede pública que não possuíam curso superior. Elas deveriam ser extintas, diz, mas não o foram.
Pelas explicações apresentadas pela reitora, o aumento de vagas nos últimos anos camuflou a interiorização porque não atendeu critérios de qualidade em sala de aula, nem a necessidade institucional de ter fortelecidas a pesquisa e a extensão que permitem a melhoria do ensino.
De acordo com a reitora, a universidade tem 1.100 professores em sala de aula, sendo que somente 688 são efetivos. Os demais foram contratados para substituir os docentes licenciados para mestrados e doutorados ou para suprir a carência de profissionais.
Pelos cálculos da administração, a universidade estadual precisa ter, pelo menos, 1.350 professores efetivos. A efetividade é considerada importante porque, junto com a dedicação exclusiva, oferece vantagens para que o profissional se fixe na instituição e passe a estimular a pesquisa.
Atualmente, a legislação permite que sejam contratados apenas 950 efetivos, uma limitação que não tem razão de ser, conforme a reitora, porque a previsão orçamentária para pagamento de pessoal em 2010 aumentou 39% (para R$ 96 milhões) em relação a este ano.
Comissão - A redução de vagas levará uma comissão formada por vereadores e por integrantes da comunidade acadêmica da Universidade do Estado do Pará (Uepa), dos municípios de Conceição do Araguaia e Redenção, no sul do Pará, além do deputado estadual, Arnaldo Jordy (PPS), à universidade, hoje.
Eles pretendem pedir a revisão do corte. Segundo a assessoria de Jordy, ele já encaminhou requerimento ao Conselho Universitário (Consun) para que sejam mantidas, no mínimo, as vagas disponibilizadas em 2009.
Jordy criticou a justificativa de que o corte atende à melhoria do ensino. 'Imaginem se esta prática for transposta para os péssimos hospitais e as escolas de baixa qualidade. Estes seriam fechados enquanto se estuda como eles poderão, no futuro, ser de excelência', ironizou.

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