No blog Arbítrio do Yúdice:
Desde que o mundo é mundo e o serviço existe, os empresários que exploram o setor de transporte coletivo em Belém - e seu péssimo serviço - se queixam de não ter lucros; que, ao contrário, até sofrem prejuízos. Só não esclarecem como alguém que sofre tantos prejuízos, há décadas, não larga o osso mesmo assim...
Um argumento sempre utilizado nessas horas, contudo, é verdadeiro: a tarifa em Belém (R$ 1,70) é uma das mais baixas dentre as capitais brasileiras. Para ser mais exato, a segunda mais baixa, perdendo apenas para São Luís (R$ 1,60).
A maior de todas as tarifas é cobrada em Florianópolis (R$ 2,80), cidade que já visitei cinco vezes e por isso posso lhes dizer que os usuários reclamam horrores do serviço que lhes é prestado. Esclareço que os ônibus são limpos, parecem novos e que há terminais de integração. Ou seja, é um serviço muito superior ao de Belém. O maior motivo de reclamação é a oferta menor do que a demanda, sobretudo considerando que, devido às suas características geográficas, a ilha possui alguns vazios demográficos, deixando bairros isolados, se o serviço de transporte for deficiente.
Para conhecer o valor das tarifas de ônibus urbanos em todas as capitais brasileiras, clique aqui.
Por fim, devo dizer que, em se tratando de Belém, o desafio não é resolver os problemas financeiros dos empresários, e sim conseguir implementar um sistema de transporte racional e eficiente, economicamente viável, mas sem onerar demais o usuário. R$ 1,70 é muito, para o nível de renda per capita em nossa cidade. Sob certos aspectos, andar de carro sai mais barato, por incrível que pareça.
Transporte desconfortável, bagunçado, com motoristas e cobradores mal educados e com direção perigosa. Veículos antigos (eu pegava frequentemente um Tamoios entre a UFPA e o Campus de pesquisa do Museu Goeldi que sempre ficava com as portas chacoalhando. Linhas bagunçadas. Esse é o perfil do transporte público em Belém. Como bem explicado pelo poster, Belém (e diversas outras cidades) precisam ter repensado seus sistemas de transporte, que privilegiem os usuários do sistema público e pedestres, com transporte público confortável, eficiente e ágil, assim implementaram cidades como Bogotá (e Curitiba).
ResponderExcluirObrigado pela referência, amigos.
ResponderExcluir