No AMAZÔNIA:
A algazarra em frente à casa de Walda Pinho, no bairro de Canudos, dava pistas de que uma antiga tradição católica era mantida naquele endereço. Distribuir bombons no dia dos santos Cosme e Damião - festejados ontem - é uma atividade levada a sério por Walda. 'Há 30 anos eu distribuo bombons para as crianças da rua. Todos os pedidos que faço aos santos são atendidos e em agradecimento a eles eu mantenho a tradição dos bombons', conta.
Este ano Walda preparou 300 saquinhos recheados com chocolates, pipocas, pirulitos e outros doces. 'Ano passado foram 700 saquinhos, mas como havia programado uma viagem imaginei que não estaria em casa para distribuir os doces e acabei não organizando bem a distribuição. Como a viagem foi cancelada em cima da hora, apenas ontem (sábado) eu pude comprar os bombons', explica.
A bagunça em frente à porta da casa dela também era consequência da mudança de planos. 'Todo ano eu distribuo senha na véspera do dia de Cosme e Damião. Só está essa confusão hoje aqui porque este ano não distribuir as senhas', justifica Walda.
Apesar de serem santos adultos, Cosme e Damião são relacionados à infância, para a alegria das crianças que cedo saem em grupos em busca de doces. Aparentemente, as chances de ganhar uma guloseima aumentam à medida que as crianças se afastam do centro da cidade. Ontem pela manhã, era comum ver pela periferia da cidade grupos de crianças batendo de porta em porta atrás de uma doação.
História - Irmãos e médicos, Cosme e Damião se tornaram famosos pela cura de doenças raras. Originários da Arábia, no século III, Cosme e Damião pertenceram a uma família nobre de cristãos. Seguidores do catolicismo, os irmãos foram perseguidos após se recusarem a servir ao imperador romano e acabaram mortos por volta do ano 300 d.C.
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