Por TAINÁ AIRES, do AMAZÔNIA:
Pelo menos uma mulher é agredida por dia em Barcarena, nordeste do Estado. Apesar disso, o município, que tem mais de 80 mil habitantes, possui apenas uma delegacia com seis investigadores, dois escrivães e um delegado para conseguir dar conta de todas as ocorrências. Foi pensando nesta situação que o movimento 'Viva Henrica de Nazaré' decidiu fazer um abaixo-assinado na cidade, que já conta com 5 mil assinaturas, para exigir da governadora Ana Julia Carepa a criação de uma delegacia da mulher no muniípio.
O pontapé inicial para a criação do movimento partiu de Fátima Menezes, mãe de Henrica de Nazaré Menezes (36), assassinada a facadas pelo companheiro há pouco mais de quatro meses, em 14 de maio deste ano. Revoltada com a forma fria como a filha perdeu a vida, Fátima decidiu reunir a comunidade para que o mesmo episódio não acontecesse com outras mulheres da região.
A primeira audiência pública para tratar do assuntou aconteceu no dia 22 de julho e teve a participação da população do município e órgãos governamentais e não governamentais. 'Se a gente se calar, minha filha vai ter morrido à toa. Não quero que aconteça com outra mulher o que aconteceu com a Henrica. A nossa família sofreu muito e ela não merecia ter perdido a vida de forma tão brutal', disse a mãe de Henrica, aos prantos.
A criação de uma delegacia da mulher é a última esperança das mulheres que vivem em Barcarena para que a cultura de violência que existe no local seja amenizada. De acordo com a irmã de Henrica, Solange Menezes, o município possui uma zona portuária, com pólo industrial, mais de 50 mil habitantes, que respondem aos critérios necessários para que a delegacia seja implantada.
O movimento 'Viva Henrica de Nazaré' já tem até uma sede para a delegacia da mulher: um prédio antigo que um dia também foi sede da zona de policiamento da cidade. 'Além do atendimento realizado por mulheres no local, queremos ainda apoio psicológico para as mulheres, já que, devido ao envolvimento emocional com os agressores, muitas delas acabam retirando a queixa da delegacia', explicou Fernanda.
Não é a criação de Delegacia de Mulher, que vai resolver o problema da violência contra a Mulher. Se fosse assim, era fácil resolver o problema. Os Governos, tem que implantar politicas públicas.
ResponderExcluirMaria Castro