No AMAZÔNIA:
Além dos inúmeros problemas que a população tem conhecimento, como a superlotação e a falta de infraestrutura, a Santa Casa de Misericórdia do Pará corre o risco de ver seu já caótico atendimento beirar o limite do inaceitável. Os enfermeiros e técnicos de enfermagem do hospital ameaçam cruzar os braços a partir do dia 10 de agosto, caso não consigam ter atendidas as suas principais reivindicações. Em um protesto realizado na manhã de ontem, em frente à maternidade, a categoria pedia, entre outras coisas, melhores condições de trabalho, isonomia salarial e pagamento da gratificação de risco de vida.
'Faltam equipamentos básicos, como esparadrapo e lençol para os bebês. Até as incubadoras que existem estão em situação precária, todas emendadas com esparadrapo', disse que uma enfermeira que preferiu não se identificar com medo de represália. Isso porque, de acordo com ela, o presidente da instituição, dr. Maurício Bezerra, afirmou que, se houvesse qualquer ato de protesto, abriria uma sindicância para punir os participantes.
A enfermeira denuncia também que os médicos da Santa Casa recebem gratificação de tempo integral, mas não cumprem o horário estabelecido. Por conta disso, os outros profissionais estariam sobrecarregados. 'Começaram a pagar o benefício para eles calarem a boca e não espalharem novamente as condições precárias do local', disparou.
Outro problema apontado pela categoria é que metade dos servidores - com exceção dos médicos - não recebe hora extra desde o mês de maio deste ano. A categoria alega, ainda, que os médicos estão recebendo R$ 620, ou 70% em cima do salário, para fazerem plantão extra, enquanto todos os outros servidores de nível superior recebem R$ 250. 'Nós não queremos que eles deixem de receber. Mas queremos ter os mesmo direitos', disse a enfermeira.
Os manifestantes afirmavam, também, que em maio deste ano foram espalhados pela Santa Casa informativos da Secretaria de Estado de Administração (Sead) garantindo o pagamento da gratificação do seguro de vida aos profissionais de saúde da instituição. Porém, um mês depois o governo voltou atrás da decisão. 'Nós enfrentamos riscos de contaminação aqui dentro, porque mexemos com sangue e secreção. Recebemos a orientação de cuidar de grávidas que chegassem aqui com gripe suína, mas não temos condições de fazer isso, porque não existe nem área de isolamento no hospital', denunciou a enfermeira.
Mesmo revoltados, os manifestantes fizeram um protesto pacífico e, apesar das ameaças, não chegaram a fechar a rua Bernal do Couto. No entanto, com suas faixas, cartazes e narizes de palhaço, conseguiam chamar a atenção dos que passavam pelo local. O protesto foi organizado por uma comissão de servidores da Santa Casa e teve o apoio do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde no Estado do Pará (Sindsaude).
As pessoas têm dinheiro para comprar crédito para celular (e muito) mas não tem para pagar um seguro saúde?
ResponderExcluirA mentira da falta de esparadrapo foi desmoralizada hoje pela Santa Casa, com as fotos do almoxarifado amplamente sortido, inclsuive de esparadrapo. Os funcionários podem reivindicar melhorias salariais, mas mentir sobre as condições de trabalho, que podem não ser as ideiais mas vem melhorando, é dose.
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