Quebra de imagens foi condenada por religiosos

No AMAZÔNIA:

Antônia Rosário Amorim, de 49 anos, e Denise de Oliveira Santos, de 22, invadiram a igreja matriz de São Miguel do Guamá, no último sábado, e quebraram quatro imagens de santos que estavam expostas. A atitude impensada foi condenada por membros de outras religiões, que encararam a ação das mulheres, como desrespeito ao livre credo.
Segundo o delegado Leandro Souza, titular da Delegacia de São Miguel do Guamá, as duas mulheres tiveram um surto, já que não aparentavam estar alcoolizadas e nem drogadas. 'Elas alegaram que receberam uma revelação de Deus, que mandou que elas quebrassem todas as imagens na igreja', relatou o delegado, que informou que Denise e Antônia chegaram a ficar detidas das 10h às 13h de sábado, dia em que promoveram o quebra-quebra na igreja.
De acordo com o delegado, Antônia Rosário sofreria de problemas mentais. 'Pelo menos foi o que a família dela alegou. Foi apresentado um atestado - não um laudo -, que mostra que ela sofria de transtorno bipolar', contou Leandro Souza, esclarecendo que as mulheres não puderam ficar presas porque o tipo de delito que cometeram não permite a prisão. 'Foi lavrado um Termo Circunstancial de Ocorrência por danos materiais a órgão privado e elas foram liberadas', disse o delegado.
O capelão da Aeronáutica, padre João Maria do Nascimento, diz que a ação das duas mulheres é condenável pela igreja católica e atribuiu o ato como 'ignorância de fé e fanatismo religioso'.
Por outro lado, membros da Assembleia de Deus afirmam condenar o desrespeito cometido pelas duas mulheres. O pastor Enaldo Brito, por exemplo, disse que, de modo geral, a comunidade evangélica prega o amor de Deus e não atos de vandalismo. 'Embora não concordemos com a adoração de imagens, pregamos o amor de Deus em todas as suas formas. Porém, é preciso respeito acima de tudo', avaliou o pastor.
Moradores do município, indignados com o ato de depredação, tentaram invadir a delegacia. As imagens quebradas têm mais de cem anos de existência e que, segundo moradores, não possam ser recuperadas.