quarta-feira, 3 de junho de 2009

A pedido do cantor, velório ocorre em teatro

No AMAZÔNIA:

'Eu penso que ele não sabia o quanto era amado'. A frase da produtora cultural Iracema Oliveira, coordenadora do pássaro junino Tucano, sintetiza o que foi ontem à noite, no Teatro Waldemar Henrique, o começo do velório do corpo do cantor e compositor Walter Bandeira, que faleceu vítima de câncer, aos 67 anos de idade e 45 de carreira.
Artistas, lideranças políticas e professores universitários compareceram ao teatro, muito querido pelo próprio Walter, para dar adeus ao grande intérprete da música paraense, mas, também, professor de dicção e artista visual com atuação em rádio, televisão e cinema.
'Ele me dizia que a gente deve seguir na vida do jeito que achar que deve viver', afirmou a jornalista Nara Bandeira, sobrinha da Walter Bandeira.
A governadora Ana Júlia Carepa, acompanhada pelo secretário de Estado de Cultura, Edilson Moura, esteve no velório do cantor, e destacou, muito emocionada, que 'ele está gravado na história, na cultura do Pará'.
O corpo de Walter Bandeira chegou ao Teatro Waldemar Henrique às 19h30, tendo sido recebido por alunos da Escola de Música da Universidade Federal do Pará (Emufpa) com músicas que Walter gostava da interpretar. O Coro da Fundação Carlos Gomes interpretou músicas sacras em francês, da preferência do cantor.
Com recitais de música, imagens do cantor projetadas em um telão e a execução do único CD gravado por Walter, o 'Guardados e Perdidos', familiares, amigos e admiradores do trabalho do cantor concentraram-se em torno do caixão colocado sobre o palco do teatro. O CD, com direção musical de Paulo José Campos de Melo e com a faixa-título tendo sido composta por Walter, foi lançado há um mês.
'O Walter não era só um crooner, porque crooner tem muitos. Ele tinha como marca o vanguardismo, de fazer coisas que ninguém, então, fazia. Ele começou cantando músicas da Tropicália, inovando no repertório em Belém', comentou o crítico musical Edgar Augusto Proença. 'Ele é um monumento da cultura paraense', afirmou a cantora Nazaré Pereira.

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