terça-feira, 2 de junho de 2009

Eis o nosso futebol. Eis Ricardo Teixeira.

Vocês lembram de Ricardo Teixeira (na foto)?
É preciso apresentá-lo?
Claro que não.
Teixeira esteve aqui por Belém, na época em que passou a comissão de inspeção da Fifa.
Nessa ocasião – e sobretudo nesta – ostentava ares de porteiro de uma casa de vestais.
Ostentava ares de imperador da isenção.
Era como se todos estivéssemos diante de um magistrado.
E haja rapapés em Teixeira.
E haja salamaleques em Teixeira.
E Teixeira, todo empavonado, dizendo aos coleguinhas - e a quem mais lhe perguntasse - coisas mais ou menos assim: que a escolha das subsedes seria eminentemente técnica.
E depois disso, Teixeira também dizia aos crentes e puros de coração que ele não teria qualquer interferência nas escolhas.
Pois sim.
Se você ainda acredita em patacoadas do gênero das que Ricardo Teixeira protagoniza, leia o que diz Juca Kfouri em seu blog.
Leia e veja, analise, constate, confira como a politicagem, também ela, é uma erva daninha para o futebol – brasileiro e mundial.
Abaixo, o artigo de Juca, intitulado “Acabou a farsa”.

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O PRESIDENTE da CBF acredita que vive num país de néscios, razão pela qual passou meses repetindo que a Fifa é quem escolhe as cidades-sede da Copa do Mundo.
Verdade que há ex-jornalista em atividade que repete a falácia na TV, apesar de saber que o formal não existe no futebol, só existe o informal e a politicagem.
Mas vale saudar a escolha de quatro cidades do Nordeste, região que mais tem a ganhar com a Copa.
E lamentar a escolha de Cuiabá, no Mato Grosso do governador "motosserra de ouro", título dado a Blairo Maggi pelo Greenpeace, em homenagem ao maior produtor de soja do mundo e um dos maiores desmatadores do país.
Para uma Copa que se pretende ecológica, nada menos apropriado, embora Maggi tenha bem mais de um milhão de razões para influenciar decisões no mundo do futebol.
Tão natural como a escolha de Manaus para representar a espoliada Amazônia, apesar de Belém ter mais tradição futebolística, teria sido a de Campo Grande para mostrar as belezas do Pantanal.
Mas, de tudo, o que mais salta aos olhos é a indefinição sobre quem fará a abertura da Copa.
Claro está que Ricardo Teixeira esperará quanto tempo puder para se definir entre São Paulo e Minas Gerais, ou melhor, entre José Serra e Aécio Neves, além de guardar Brasília como uma terceira hipótese, mais para constar e disfarçar o que está, de fato, em jogo.
Não fosse a dúvida sobre qual dos dois será o candidato tucano à sucessão de Lula e o cartola já teria se resolvido pelo ungido, embora seu coração penda claramente para Neves, seu amigo e mais parecido com o yuppie Fernando Collor -até pelo silêncio que impõe à imprensa mineira, como se fosse a alagoana-, a quem o ex-genro de João Havelange chamava de "meu presidente".
Se ele pudesse ver José Serra pelas costas já estaria vendo, também pela presença de José Luís Portella no governo paulista, alguém que Teixeira desgosta tanto que ameaçou não entrar na cerimônia de lançamento do Museu do Futebol, no Pacaembu, quando soube da presença do atual secretário dos Transportes Metropolitanos no local.
Portella, lembremos, foi o arquiteto do Estatuto do Torcedor.
A fragilidade do primeiro projeto de reforma do Morumbi foi a senha para justificar a dúvida, embora até o mais ignorante dos cartolas da Fifa saiba que São Paulo é a principal cidade do país, palco óbvio, ao menos, para a abertura da Copa.
Que o Mineirão é mais agradável que o Morumbi ninguém pode negar.
Só que como nada justifica a construção de uma arena para a Copa em São Paulo, a não ser a ganância dos de sempre, a festa inaugural tem de ser mesmo na casa tricolor.
De resto, é bom dizer que orgulha trabalhar num jornal que tenha feito o editorial que esta Folha fez, no sábado, sobre a miséria de nosso futebol.
E tenha dado a cobertura que deu, ontem, sobre a escolha das sedes, revelando quem é quem na Fifa e suas folhas corridas.
Em vez da celebração acrítica que cabe aos publicitários e aos donos da bola, o dedo nas feridas.
E não porque a CBF discrimina a Folha, mas porque o jornal não bajula a CBF para ter furos.

6 comentários:

  1. Anônimo2/6/09 14:12

    Prezado PB,

    Tiro o chapéu para os seus oportunos comentários.

    PARABÉNS!!!

    Abs.

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  2. Cristina Nascimento2/6/09 16:00

    Nosso comentário, na verdade uma denúncia, não tem nada haver com o post, porém, solicitamos a atenção deste solidário espaço da blogesfera:

    Sindicalista é assassinado em Santana do Araguaia
    Há suspeita de morte encomendada.

    O crime segundo o delegado Clovis responsável pela delegacia de Santana do Araguaia aconteceu na noite de ontem. O corpo do Sindicalista foi encontrado por volta de 23:30H, com três tiros na cabeça, numa vicinal na periferia da cidade. Tudo indica ter sido um assassinato de encomenda, uma vez que nada foi roubado de Josenaldo Alves da Silva, maranhense, solteiro, 25 anos era diretor do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Redenção e funcionário do Frigorífico Bertin S/A. Josenaldo era responsável pela delegacia sindical de Santana do Araguaia e segundo foi apurado pela Federação dos Trabalhadores no Comércio do Pará e Amapá – FETRACOM e pela Central Sindical UGT, as quais o Sindicato é filiado, o sindicalista que era funcionário do Frigorífico Bertin - um dos maiores da América Latina e que fez parte a lista negra desmatamento na Amazônia - estava sendo ameaçado pela a sua atuação em defesa dos direitos dos trabalhadores do frigorífico. Comentários da cidade dão conta que o crime teria sido encomendado por cerca de quatro mil reais a pistoleiros que atuam no sul do Pará.
    O presidente da FETRACOM e UGT- Pará, Zé Francisco, lamenta o episódio e informa que os diretores dos sindicatos filiados à FETRACOM e a UGT no sul do Pará estão se deslocando para Santana do Araguaia. Eles vão acompanhar os trabalhos da polícia com o objetivo de identificar os autores e mandantes do crime, que deixa a categoria chocada e de luto, com mais um ato de selvageria contra pessoas que luta por qualidade de vida para os trabalhadores.

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  3. Anônimo2/6/09 17:42

    A nossa derrocada começou quando o Antonio Carlos Nunes, presidente-ditador-senhor-feudal-dono da nossa Federação de futebol, fez a "gracinha" de entregar ao Teixeira uma camisa da coisa listrada.
    "Sisqueceu" do Remo e dos demais clubes do Pará.
    E ...deu-se o Pará! ô mala!

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  4. Anônimo2/6/09 18:49

    Alguem precisa avisar a sra. Lucia Penedo do Papel riduculo que ela esta protagonizando com suas justificativas estapafurdias! No programa Jogo aberto da local RBA, ela atribuiu a perda da copa ao "fato" da Fifa achar que o Pará fica no nordeste. Se assim fosse verdade, pior para ela e os seus, já que não teriam feito bem seu papel, sem conseguir colar a imagem de Belem como sede amazonica.
    Fala demais a Coordenadora do GT (ainda é né! rsrs), alega que manaus ganhou no campo politico, o que piora a situação de uma candidatura baseada apenas em "supostos" argumentos tecnicos, mas que foi até o Lula pedir sua intervençao. Pena é termos gasto um bom dinheiro, quando desde janeiro, já se sabia quem iria levar.

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  5. Anônimo2/6/09 23:00

    A copa em Belém seria um presente ao desgoverno, a inompetência e ao fracasso do governo Ana Júlia do PT. Tecnicamente e politicamente este governo está falido e a Fifa não é cega.

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  6. Que barbaridade, hein, Cristina.
    Abs.

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