sábado, 2 de maio de 2009

Mantida a paralisação

No AMAZÔNIA:

Funcionários do Pronto Socorro Municipal do Guamá continuaram com as atividades paralisadas ontem de manhã. Com máscaras cirúrgicas, em analogia à influenza A, eles se diziam contaminados pela gripe 'suínomar'. Vários cartazes com críticas ao prefeito de Belém, Duciomar Costa, e reivindicações de melhores condições de trabalho foram colocados em frente ao hospital. Somente as pessoas que já estavam internadas no local e casos de extrema urgência - como baleamento, facadas - estavam sendo atendidos. O restante teve que ser encaminhado ao Pronto Socorro da 14 de Março, no Umarizal, que não aderiu à paralisação.
Jorge Ferreira, funcionário da portaria do hospital, garantiu que 30% dos serviços do PSM do Guamá foram mantidos, por ser um serviço essencial, como determina a lei. De acordo com o técnico de nutrição, Aldenor Ferreira, não dá mais para trabalhar com as atuais condições do pronto-socorro. Ele contou que ontem, às 5 horas da manhã, um paciente identificado apenas como Sílvio, de 49 anos, morreu por falta de alimentação parenteral - que é aplicada na veia. 'Ele estava muito bem e faleceu porque essa alimentação foi substituída por leite, o que não é adequado para pacientes que não podem ingerir alimentos pelo aparelho digestivo. Fomos contaminados pela gripe ‘suínomar’, a gripe do prefeito de Belém. O caos na saúde pública é culpa dele', explicou.
O assistente de serviços gerais, Renato Andrade, disse ainda que a paralisação tem como propósito a reivindicação das perdas históricas salariais de mais de 20%, desde 1992. Eles também querem o acréscimo de 16% referente à data base, que ainda não foi adicionado ao salário. Outra preocupação dos servidores do PSM do Guamá é em relação à terceirização da alimentação. 'Não sabemos a qualidade desta comida', disse Aldenor Ferreira.
Segundo os funcionários, os materiais básicos para primeiros socorros também estão escassos. Não tem mais luva e gaze para atender aos pacientes com ferimentos. Exames de sangue laboratoriais, que antes ficavam prontos em uma hora, agora demoram dois dias, pois são encaminhados ao laboratório particular Ruth Brazão. 'Neste período, uma pessoa pode morrer sem ao menos a gente ter tomado conhecimento do que aconteceu com ela', informou Renato Andrade.
Os servidores disseram ainda que o plano do prefeito Duciomar Costa é sucatear o sistema de saúde para entregá-lo à iniciativa privada.

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