domingo, 26 de abril de 2009

Manifestantes permanecem em área de obras

No AMAZÔNIA:

A área de obras das eclusas de Tucuruí continua ocupada por mais de 300 pessoas do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), da Via Campesina, do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) e de associações de pescadores. No início da tarde de ontem foi anunciado que um reforço da Polícia Militar seria deslocado para acompanhar a situação. Até o final da noite, porém, não foi confirmado se a tropa foi, de fato, enviada.
A ocupação teve início anteontem, e os integrantes dos movimentos garantem que permanecerão no local até serem recebidos e negociarem com representantes do Governo Estadual e também da Eletronorte. Eles protestam contra a violência no campo e pedem ainda o avanço nas negociações com a Eletronorte no que diz respeito às eclusas de Tucuruí. O coordenador Estadual do MST, Ulisses Manaças, informou que as negociações com o Governo começaram, mas nada tinha sido acertado até a noite de ontem. Ele disse que representantes do Governo, especificamente da Casa Civil, estão desde a manhã de ontem em Tucuruí, negociando com os ocupantes.
De acordo com Ismael Rodrigues, liderança do Movimento dos Pescadores das ZPVS (Zonas de Proteção da Vida Silvestre), o objetivo é discutir várias questões e pedir mais empenho e justiça em casos de mortes de lideranças. No último dia 16, o ex-presidente e secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tucuruí, Raimundo Nonato do Carmo, 53, foi assassinado.
Na manhã de ontem, foi realizado um encontro no Centro Integrado de Governo (CIG), que fez uma avaliação sobre a segurança no Pará, reunindo a governadora Ana Júlia Carepa, o presidente da Assembleia Legislativa, deputador Domingos Juvenil e o presidente do Tribunal de Justiça do Pará, desembargador Romulo Nunes. A reunião concluiu que não será necessária interveção do Governo Federal, já que as providências necessárias para garantir a segurança estão sendo tomadas.
O ocupação das obras das eclusas em Tucuruí não foi discutida na reunião, mas o secretário estadual de Segurança Pública, Geraldo Araújo, informou que será aberto um inquérito policial para a apurar a invasão. Por meio da sua assessoria de imprensa em Brasília, a Eletronorte garantiu que não existem indenizações em atraso. A empresa responsável pelas obras das Eclusas de Tucuruí, Camargo Corrêa, informou que as atividades na Eclusa II foram paralisadas em função da ocupação do canteiro pelos manifestantes do MAB. As áreas de obras foram todas desocupadas e os funcionários foram dispensados.

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