O futebol é o esporte mais popular do mundo.
O futebol é o esporte que tem as regras mais inadequadas do mundo.
Neste sábado, o International Board, órgão da Fifa responsável pelas regras do futebol, se reunirá em Newcastle, na Irlanda do Norte, para discutir algumas mudanças.
São mudanças ridículas, mas tomara que venham.
Quaisquer mudanças nas regras do futebol são bem-vindas.
Pretende-se por, exemplo, criar um cartão laranja, pelo qual um jogador punido com expulsão poderia voltar ao jogo após um determinado tempo.
As substituições, em partidas oficiais, poderão subir de três para quatro, mas apenas no caso de disputa de prorrogação.
O intervalo entre o primeiro e o segundo tempo passaria de 15 a 20 minutos.
Basicamente, são essas as mudanças.
Ridículas, como se vê. Mas tomara que venham, repita-se.
Vejam só quatro regrinhas do futebol que não têm sentido, não têm lógica e não deixam o futebol ser melhor do que é:
Impedimento
O futebol é o único esporte no mundo que premia a incompetência. O impedimento é isto: um prêmio à incompetência. Não há coisa mais vibrante, mais plástica no futebol do que um passe bem feito. Muitas vezes, o passe é mais bonito que um gol. No futebol, um jogador que recebe um passe magistral, um jogador que fica atrás da linha dos zagueiros, em condições de marcar um gol, é punido pelas regras do futebol. Está em impedimento. O time adversário, que foi incompetente, que não soube marcar, que não teve habilidade para destruir a jogada que resultou no impedimento, esse time, o incompetente, é premiado pelas regras atuais do futebol. O impedimento, simplesmente, deveria acabar. Mas a Fifa, é claro, não vai acabar com o impedimento tão cedo.
Noventa minutos de jogo
O futebol é o único esporte no mundo em que o tempo real de jogo é fraudado escancaradamente, diante de milhões, de bilhões de pessoas, como no caso de uma transmissão de Copa do Mundo. Nunca, jamais, em tempo algum, houve “90 minutos de bola rolando”, como costumam dizer alguns coleguinhas. Estudos – fartos – já demostraram que, efetivamente, a bola rola apenas de 50 minutos, no máximo 60. O restante é de cai-cai, é de bola que demora para se reposta na cobrança de lateral, tiro de meta e escanteio. É de jogador catimbeiro que leva um esbarrão e passa cinco minutos se rolando no chão, como se houvesse sido estripado. É de “cera” pura e completa. E no final? Sua Senhoria o árbitro dá três ou quatro minutos de acréscimo. Isso tudo é uma piada. O tempo, no futebol, deveria ser como no basquete: o tempo deveria ser reduzido para 50 ou 60 minutos e o cronômetro só funcionaria quando a bola estivesse em movimento. Mas a Fifa, é claro, não mexerá com o tempo.
O árbitro, esse solitário
O futebol é o único esporte no mundo em que o árbitro deveria ter superpoderes para apitar direito. Um campo de futebol mede 110m x 75m. Uma quadra de basquete mede 28m x 15m, ou seja, cerca de 20 vezes menos que um campo de futebol. Pois no basquete há dois árbitros e no futebol. Aliás, na NBA, a liga profissional de basquete dos Estados Unidos, pode apitar até 4 árbitros – um central e dois ou três de quadra. Mas no futebol há apenas um árbitro. Como é possível uma coisa dessas? Era preciso acabar com o impedimento, o que dispensaria os tais auxiliares (bandeirinhas) e manter, no mínimo, um árbitro para tomar conta de cada metade do gramado, mantendo-se os dois bandeirinhas. No mínimo, deveria ser assim. Não há condições de apenas um juiz apitar com precisão num campo enorme como o do futebol, mesmo com o auxílio de dois bandeirinhas. Não há. Mas a Fifa não mudará isso.
Substituições
Por que no futebol, atualmente, só são permitidas apenas três substituições, uma delas a do goleiro? Por quê? Por que não permitir que um time leve, por exemplo, 11 reservas e possa substituir, no decorrer da partida, os 11 que estão jogando? Por que essa limitação? Imagine só o dinamismo que o futebol iria ganhar. Mas isso, é claro, a Fifa não vai mudar.
Essas são apenas quatro regras que, se modificadas, acrescentariam emoção ao futebol. Essas que a Fifa está disposta a modificar servem apenas para que se diga que o International Board não é uma instância imobilista.
Mas é.
É imobilista, conservadora demais e prejudicial ao futebol.
Muito prejudicial.
Deveriam ser punidos também aqueles jogadores que ficam segurando a bola na hora das faltas. Eles atrasam o ataque e recompõem a defesa em detrimento do jogo. E também deveriam proibir a eternização do Galvão Bueno e seus asseclas nos comentários da seleção Brasileira. Mas isso, é claro, a Globo não vai mudar.
ResponderExcluirTambém isso, Anônimo.
ResponderExcluirTambém isso.
Há muita coisa a ser mudada. Mas a Fifa nada muda de subsancial.
Abs.