sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Liberdade total em FSM

No AMAZÔNIA:

O território do Fórum Social Mundial, no campus da Universidade Federal e Rural da Amazônia (Ufra), é espaço de debate, de turismo e de lazer. Indiferentes aos debates nas tendas temáticas, alguns participantes desfilam com trajes de banho nos corredores, tomam banho no trapiche do Rio Guamá e jogam voleibol ou futebol num campinho improvisado sem qualquer discreção.
O campus da Ufra constitui o território que abriga a maioria dos movimentos ativistas, a juventude a as nações indígenas, postos em espaços definidos. Além da programação oficial reservada às tendas, algumas geralmente tomadas por debatedores, parece haver uma programação extraoficial, criada pelas circunstâncias e entusiasmo dos diferentes grupos.
As duas principais pistas que dão acesso às tendas de debate, com uma extensão de aproximadamente dois quilômetros, são tomadas pela vai-e-vem da multidão. Mais parece um cortejo. É patente a miscigenação de raças, a diversidade de rítmos e cores. Não faltam grupos de batucadas, de cantorias, arrastões ou até simplesmente pessoas que caminham, proferindo palavras de ordem. A alegria parece ser contagiante. Dita o ritmo dos passos de quem caminha observando, mesmo que no silêncio.
Com entrada franqueada na única portaria de acesso, em que pese a cobrança de R$ 30 dos participantes inscritos, muitos aproveitam para simplesmente passear nos corredores. Sequer sabem a significância do acontecimento. As amigas Elizabete Santos e Maria do Socorro, moradoras do Marco, bairro vizinho ao da Terra Firme, onde está localizada a Ufra, transitavam nos corredores na tarde de quarta-feira (28). Disseram que simplesmente passeavam. Indagadas sobre o evento, limitaram-se a dizer que, 'pelo movimento nas pistas', parecia 'ser uma coisa muito boa para a humanidade'.
Apesar de inscrito, conforme revelou, o casal que falava em espanhol também caminhava indiferente às discussões nas tendas. Ele, de sunga e com uma latinha de cerveja numa das mãos; ela, de biquini. Não quiseram gravar entrevistas, revelar nomes e origem. Mais adiante, dezenas de pessoas ocupavam duas áreas de lazer. É um campinho de futebol e uma quadra de voleibol. Ambas disputadas.
O trapiche construído à margem do rio Guamá, que serve de ponto de embarque e desembarque dos barcos que fazem linha para a UFPa e Ver-o-Peso, também é disputado pelos participantes, que se deliciam com o banho nas águas, nos horários das grandes discussões.

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