quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Acaba a greve dos delegados

No AMAZÔNIA:

Após uma reunião na tarde de ontem, os delegados da Polícia Civil decidiram acatar decisão judicial e encerrar a greve. Cerca de 100 delegados da Associação dos Delegados de Polícia Civil do Pará (Adepol) preferiram respeitar a ordem assinada pelo juiz Marco Antônio Lobo Castelo Branco, responsável pela 1ª Vara de Fazenda da Capital, e voltar ao trabalho.
'Infelizmente, o governo não cumpre seu dever, nós, pelo menos, queremos fazer cumprir a lei', disse a delegada Roselene Almeida, que participou da reunião de ontem. Ela, que está lotada em Parogominas, informa que os delegados decidiram se reunir hoje, às 17 horas, em frente ao Hangar - Centro de Convenções da Amazônia, onde o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva participa da programação do Fórum Social Mundial 2009. 'Apesar de suspendermos a greve, nossa luta continua e queremos reforçar o movimento da categoria e obter nosso direito, que é garantido por lei', diz Roselene. Ela afirma ainda que a proposta da isonomia para os delegados da Polícia Civil ganha cada vez mais o apoio dos delegados do interior.
A Adepol recorreu da liminar da justiça que considerou ilegal a greve, iniciada na terça-feira pela manhã. A decisão judicial estabeleceu multa de R$ 100 mil por dia caso o movimento continuasse. O presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Pará, Adonai Mota, disse ontem, durante uma reunião dos grevistas na Seccional de São Brás, que os delegados que aderiram à paralisação estão tranquilos em relação ao anúncio da multa. 'É uma incoerência a justiça tratar a greve como ilegal, quando o movimento ocorre em prol de uma outra decisão judicial que não é cumprida'.
Após reunirem-se com o diretor da Seccional de São Brás, delegado Robério Pinheiro, os delegados seguiram em comboio pelas delegacias do centro de Belém. O objetivo era informar sobre a assembléia geral da categoria que ocorreria na tarde de ontem e mobilizar servidores que ainda não tinham aderido ao movimento. No segundo dia de paralisação da categoria, poucas seccionais mantiveram faixas de greve distribuídas pelo sindicato na terça. O atendimento ao público durante a manhã, pelo menos na Seccional de São Brás, foi limitado. Apenas flagrantes e casos considerados graves foram registrados pela equipe de reforço destacada para atender no período do Fórum.
A presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Pará (Adepol) informou que a associação entrou, ontem, com um pedido de reconsideração e revisão da decisão judicial que julgou ilegal a paralisação da categoria por meio de agravo regimental. A greve dos delegados foi julgada ilegal na tarde de terça-feira, horas depois de ter sido iniciada.
Celeridade - A presidente da Adepol, delegada Perpétua Picanço, questionou a celeridade com que a justiça respondeu ao pedido da Procuradoria do Estado em relação à greve. Fez isso em comparação com a demora da justiça para um pronunciamento sobre o descumprimento da decisão judicial que, segundo ela, garante a equiparação salarial de delegados com a de procuradores.
'Nós estivemos ontem (terça-feira) com a presidente do TJE (a desembargadora Albanira Bemerguy) e ouvimos dela que a questão não havia sido passada a ela de forma correta. Fomos pegos de surpresa com essa decisão rápida do juiz e damos parabéns pela celeridade', comentou a delegada, após a reunião com os delegados na Seccional de São Brás.
'Nós, como associação, não temos o poder de decidir pelo fim da greve. Isso só vai acontecer após uma assembléia geral. Mas dá para adiantar que nós não vamos seguir o exemplo desse governo, que desrespeita decisões judiciais', disse ainda pela manhã. À tarde, a greve acabou.

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