terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Violência ataca até a cabeça

No AMAZÔNIA:

A insegurança nas ruas de Belém aumenta a cada dia e a violência não escolhe hora e nem lugar para acontecer. Assaltos em semáforos, seqüestros relâmpago e assassinatos em plena luz do dia já fazem parte da rotina de quem mora na capital paraense, o que alimenta ainda mais o medo e a insegurança da população. Segundo especialistas, a sensação de medo vivida pelos moradores pode ocasionar problemas ainda mais sérios no futuro, como depressões, paranóias, crises de pânico e até competições desrespeitosas no trabalho.
O psicólogo Manoel de Christo afirma que o medo provocado pela violência nas ruas deixa consequências emocionais e sociais no indivíduo. A diminuição do círculo social é a mais preocupante, pois, segundo o especialista, pode levar a pessoa ao isolamento e a entrar em uma depressão profunda, caso já tenha um histórico familiar com o transtorno. 'O isolamento gera angústia e muita dor para a pessoa. Isso acontece porque o indivíduo, com medo, deixa de sair de casa ou evita certas ocasiões porque acha que vai ser assaltado', diz.
O psicólogo explica que, com o passar do tempo, essa insegurança pode interferir no dia-a-dia da pessoa e trazer problemas até com os colegas de trabalho. 'Para esse indivíduo, todo mundo começa a ser visto como inimigo. Ele irá desenvolver, inconscientemente, um certo medo e desconfiança das pessoas. A partir daí, as competições no trabalho serão constantes', completa Manoel.
Para evitar problemas psicológicos gerados pela ocorrência de crimes e violência na cidade, Manoel afirma que a população precisa estar atenta aos sintomas que podem aparecer após passar por uma situação de medo e insegurança. Ele explica, por exemplo, que ser assaltado de maneira violenta pode ocasionar na vítima um estado de tensão permanente. Pesadelos, sustos inesperados e obsessão em ficar sempre em alerta são características comuns de quem acabou de sofrer um assalto ou sequestro. Porém, segundo Manoel, esse estado pode ser considerado normal até um certo período. 'Até um mês após o ocorrido, podemos considerar normal esses sintomas. A partir daí, a vítima deve procurar ajuda de um psicólogo para que os sintomas não evoluam para problemas mais sérios', afirma.

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