quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Tudo preparado para receber o ano novo

No AMAZÔNIA:

Mais um reveillón bate à porta e a maioria das pessoas ajusta os últimos detalhes para comemorar a entrada de 2009 com o pé direito. Quem pode, viaja ou comemora a passagem de ano com os familiares e amigos. Mas há um grupo que precisa trabalhar nesta época do ano e, por isso, não pode usufruir da companhia dos mais chegados: são os plantonistas dos hospitais, farmácias, vigilantes noturnos, policiais e muitos outros profissionais, sobretudo aqueles que obedecem a um regime de escala.
É gente como o garçom Jorge Pacheco Pereira, de 50 anos. Há 30, ele não sabe o que é passar o reveillón ou o Natal em casa, por causa do trabalho. Pereira garante que já se acostumou e que sempre acaba encontrando um jeitinho para agradar à família e aos amigos.
'Este ano, além de trabalhar de dia no restaurante, ainda arrumei um bico à noite. Minha esposa até brincou que iria mandar deixar a minha mala no trabalho, mas, no final das contas, a gente sabe que é necessário. Depois, tenta compensar', explica.
Jorge, que é pai de quatro filhos e avô de quatro netos, diz que, mesmo longe da família, procura comemorar as datas mais importantes com os colegas de trabalho. 'A gente sempre se cumprimenta, deseja felicidades para os outros. Quando estamos em um evento, até os convidados fazem isso. Mas, depois, voltamos imediatamente para o trabalho, pois sabemos que estamos ali para isso', ressalta.
Funcionário do mesmo restaurante em que Jorge trabalha, o chef Antônio Nazareno Pinheiro, de 30 anos, garante que tudo a vale a pena quando se faz o que se gosta. Há cinco anos na carreira, ele também já está acostumado à rotina de trabalho nas datas comemorativas, embora, assim como o colega, também procure agradar a todos. 'Este ano, por exemplo, no reveillón, vou trabalhar até às 2 horas e correr para casa, para dar um abraço na família. Sempre dá para fazer alguma coisa ainda', conta.
O mesmo pensamento tem o vigilante Amarildo Costa, de 45 anos, que trabalha há 15 como segurança. Neste ano ele teve sorte, pois vai ficar de plantão nesta quarta-feira até às 19 horas e poderá comemorar a virada com a família, assistindo a uma exibição de fogos, como gosta de fazer sempre que tem oportunidade. 'Realmente, isto é raro, por isso, pretendo aproveitar bastante', assegurou.
A mesma sorte teve a técnica em enfermagem Jandira Almeida, que este ano irá trabalhar apenas na quinta-feira, dia 1º de janeiro. Contudo, ela garante que estar de plantão durante a passagem do ano não altera em nada sua vida. 'Já trabalho há 12 anos com isso e estou acostumada a ficar longe de casa nestes dias.', afirma.

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