É tempo para negociar dívida

No AMAZÔNIA:

Durante os dois anos da gestão que está para se encerrar, a de Raimundo Ribeiro, muito se propalou sobre a dívida com a Justiça do Trabalho, considerada pelos azulinos como principal entrave para investimentos no clube por conta dos bloqueios de renda e patrocínio. No final do ano o dinheiro arrecadado com o leilão da sede campestre foi parcialmente utilizado para o pagamento dessas dívidas. Ao todo foram usados R$ 2,3 milhões, restando R$ 700 mil. Os acordos não foram suficientes para amortizar mais da metade do débito, como queriam, mas os pagamentos foram feitos e na trajetória recente do Clube do Remo isso é bastante significativo.
Por isso criou estranheza as afirmações do presidente eleito azulino sobre um montante de R$ 25 milhões como a real dívida azulina. De fato, Amaro Klautau está certo, mas não de todo. Fiel ao estilo de poucas palavras, o dirigente pode ter deixado muita gente preocupado no começo, mas não demorou a explicar. Klautau fazia referência a dívidas do clube com a Prefeitura de Belém referente ao não pagamento do IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) e com a Sefa (Secretaria de Estado de Fazenda), com não recolhimento do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
'Temos um débito em torno de R$ 27 milhões, R$ 5 milhões só com a Prefeitura com o não pagamento do IPTU há mais de dez anos. Fui lá e pedi a revisão de 2008, mas isso só poderá ser feito a partir da semana que vem, em janeiro. Na ocasião vou pedir também a isenção para os anos que virão. Tenho certeza que essa dívida referente ao IPTU não será um problema maior', disse Klautau. Não deve ser mesmo. A maior parte do prédio da sede social, na Avenida Nazaré, é tombada e isso facilita na isenção - mas implica em conservação.
'Os pouco mais de R$ 10 milhões que temos de dívidas com Sefa são referentes ao não recolhimento do FGTS e do INSS, por exemplo. Mas esse valor está com a Timemania. Já estive em Brasília e conversei brevemente com o Ministro dos Esportes (Orlando Silva) para tratar de assuntos sobre a loteria e o repasse aos clubes', completou Klautau.
Quanto à dívida ainda existente com a Justiça do Trabalho, o departamento jurídico do Remo deve se reunir com alguns juízes do TRT para tratar da redução da dívida com o Tribunal. A proposta remista é estender os descontos para todas as arrecadações do clube, contanto que esse desconto diminua substancialmente para cerca de 5%. Atualmente os bloqueios de rendas de jogos e de cotas de patrocínio chegam a 40%.