terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Ana Júlia entra num jogo em que não pode perder

Para quem quiser uma prova evidente de que a Democracia Socialista (DS) pode ter metido a governadora Ana Júlia Carepa numa enrascada sem tamanho, numa encruzilhada política que pode levar a rumos totalmente desconhecidos, bastar mirar nessa eleição para a Mesa da Assembléia, marcada para as 9h de hoje.
PT e PMDB estão à beira do rompimento.
Estão bem perto do romper.
Estão virtualmente rompidos.
Por quê?
Porque a DS meteu na cabeça de Ana Júlia que o PSDB não deve ocupar a 1ª vice-presidência da Assembléia Legislativa.
Ana Júlia, por conta disso, deu o ultimato: ou o PMDB desiste de dar a 1ª vice-presidência na chapa de Domingos Juvenil a um tucano, ou então o partido pode considerar-se adversário do governo.
E aí?
E aí que Ana Júlia, uma vez configurada a recusa do PMDB em aceitar sua imposição, consultou ontem, durante todo o dia, deputados da base aliada e perguntou-lhes se ela, Ana Júlia, poderia tomar a iniciativa de formar uma chapa que disputasse com Domingos Juvenil a eleição de logo mais, a partir das 9h, na Assembléia Legislativa.
Os deputados da base aliada deram o aval a Ana Júlia, mas vários ponderaram que o candidato a presidente na chapa alternativa deveria ser viável, deveriam ser alguém com chances reais de vencer a eleição da Mesa.
Com o aval obtido, Ana Júlia passou a operar.
Instalou-se no Centro Integrado de governo, na Avenida Nazaré, e passou a trabalhar.
Trabalhou incessantemente até o início desta madrugada.
E deve trabalhar mesmo. Porque, se há um jogo em que Ana Júlia não pode perder, é justamente este – o da eleição para a nova Mesa da Assembléia.
Até o início da madrugada, tudo indicava que a governadora conseguiria montar uma chapa, ainda que sem a definição do nome do deputado que a encabeçaria.
Se a chapa for mesmo montada, Ana Júlia não pode perder.
Se perder, a derrota será dela, de seu governo, e não do candidato que eventualmente ela escolher para bater chapa com o peemedebista Domingos Juvenil.
A enrolada, a enrascada em que Ana Júlia se meteu é essa.
Uma obra com a assinatura da Democracia Socialista, a DS.

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