No blog de Lucia Hippolito, sob o título acima:
Cena 1. Cassado por corrupção, réu no STF como chefe da quadrilha do mensalão, José Dirceu comemorava os gols do Brasil no estádio do Gama, confortavelmente instalado na tribuna de honra, com direito a ar condicionado, comidinhas e bebidinhas, além da companhia de ministros, governadores e até do procurador-geral da República, que o denunciou.
Enquanto isso, num “puxadinho”, espremido entre assessores de segundo e terceiro escalão, estava o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), relator do processo contra José Dirceu no Conselho de Ética da Câmara, que serviu de base para a cassação no plenário.
Cena 2. Denunciado no STF por formação de quadrilha, falsificação de documento público, lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores. Denunciado ainda por quebra de sigilo funcional, prevaricação, quebras de sigilo bancário e funcional, além de denunciação caluniosa, no caso da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo, o deputado Antonio Palocci preside a Comissão Especial que analisa a reforma tributária. Circula pelos salões, negocia com empresários, banqueiros, governadores e ministros.
Enquanto isso, o caseiro Francenildo, que mostrou ao Brasil inteiro que o então ministro mentiu reiteradas vezes ao Congresso, à imprensa, à opinião pública, enfim, ao país todo, o caseiro Francenildo continua desempregado, vivendo de bicos, sem mulher, sem família, sem pouso certo.
Cena 3. Responsáveis pela investigação e denúncia de uma das maiores e mais espalhadas séries de crimes financeiros do país, com ramificações no Legislativo, Executivo e Judiciário, o delegado da PF Protógenes Guimarães e o juiz Fausto de Sanctis estão no momento, sob investigação da PF e do Conselho Nacional de Justiça.
Enquanto isso, o principal acusado, o banqueiro Daniel Dantas, não consegue parar de rir, junto com seus advogados, que passam os dias a desmoralizar o inquérito, graças, em grande parte, às trapalhadas e impropriedades cometidas pelo próprio delegado.
Retratos do Brasil.
Apanhados como esse servem para mostrar aos que insistem em se iludir que este país não tem jeito e nunca terá. Pensar diferente é - como dizem os jovens hoje - viajar.
ResponderExcluirEngraçado, na CBN ele não faz essa defesa (correta, por sinal) dos delegados da PF. Mudando de assunto: o dr. Sérgio Barra mostra em seu comentário o quanto ele é reacionário. Ora, então por que a maioria dos jovens do Brasil tem apenas uma ligeira idéia sobre o assunto, este tem que ser jogado para baixo do tapete? Se for assim, Israel não deve mais caçar os bárbaros nazistas, e Chile, Argentina, Uruguai não fariam o que estão fazendo com os torturadores: cadeia neles. O dr. Sérgio está certo quando diz que hoje a correlação de forças é outra. Mas isso não justifica que se passe uma borracha. Justamente por essa nova correlação de forças é que esse risco que ele fala, de surgir uma crise institucional por causa de uma lei que vai completar 30 anos, inexiste. Existe crise institucional pior do que esta que estamos vivendo por causa de um banqueiro corrupto como esse Daniel Dantas? O crime dele tem ramificações nos três poderes, como diz Lúcia Hippólito, e até na imprensa, o que ela não diz. Pera lá, dr., com todo o respeito ao senhor.
ResponderExcluira)Lucivaldo Amorim