quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Sem tragédia, jornalismo da Record desaba

Na coluna “Outro Canal”, de Daniel Castro, na Folha:

O jornalismo da Record adora sangue. Seus melhores momentos no Ibope neste ano foram nas coberturas dos casos Isabella Nardoni, em abril e maio, e Eloá Pimentel, em outubro. Passados os períodos de comoção popular, sua audiência desaba, o que nem sempre acontece nas outras redes.
O sensacionalista "Balanço Geral" teve 11 pontos de média na Grande SP em abril. Em setembro, já havia perdido metade (5,5). Graças à desgraça de Eloá, subiu para 7,4 em outubro. Mas já perdeu 9,5%.
O também popular "SP Record" cresceu 26% em outubro. Nos primeiros dez dias de novembro, perdeu 16%. Foi ultrapassado pelo "Brasil Urgente". O programa da Band também se beneficiou de Eloá, mas manteve o gráfico ascendente neste mês (está com 7,8 pontos, contra 7,3 do "SP Record").
Principal telejornal da rede, o "Jornal da Record" registra queda insignificante em novembro, mas também tirou proveito do caso Eloá. Cresceu 12% em outubro. Chegou a atingir média de 17,6 pontos no dia em que a polícia invadiu o cativeiro de Santo André, número 49% superior à média no Ibope no mês de outubro (11,8).
Procurada, a Record divulgou a seguinte nota: "Quando há um noticiário forte, a Record sempre cresce em audiência. E não é só em casos policiais; a Record também cresceu durante a cobertura das eleições americanas".

Um comentário:

  1. Aproveitando...

    "Beleza na Favela" cria o pensamento de que investir na beleza é o único caminho para escapar da pobreza?

    Para quem não conhece, "Beleza na Favela" é um quadro do "Hoje em Dia", programa exibido de segunda a sábado, de 9h às 11h30, na Rede Record de Televisão.

    O quadro consiste em "descobrir" moças bonitas numa favela ou periferia urbana do Brasil (de preferência nas favelas mais pobres) para premiá-las como a "Miss Favela" ou algo assim.

    No meu entendimento, esse tipo de iniciativa dissemina a idéia equivocada de que só é possível sair da pobreza através do investimento na própria beleza. Uma grande ilusão. Meia dúzia de moças pode até conseguir, mas a imensa maioria vai apenas se iludir, perder tempo e, em muitos casos, perder o pouco dinheiro que possuem.

    Outro detalhe, mais sutil, é que o quadro em questão pressupõe que é algo raro e até mesmo inusitado encontrar, numa favela, alguma moça bonita. Preconceito disfarçado.

    Por que, em vez disso, o programa não promove uma competição para descobrir qual a mais estudiosa, a mais inteligente, a mais qualificada intelectualmente? Afinal, beleza passa, só o conhecimento fica.

    Respostas aqui:
    http://br.answers.yahoo.com/question/index;_ylt=AtR4qTDBnc.BFSMr5.tP9oYn7Qt.;_ylv=3?qid=20081113071159AAnzSLK

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