Na galeria dos presidentes americanos, há dois Adams, dois Franklins, três Georges, quatro Williams, cinco James e dezenas de outros sobrenomes anglo-saxões de quatro costados, como Jackson ou Grant. Com a eleição da última semana, a lista passará a incluir um exotismo inimaginável até há pouco: um sujeito com um nome africano (Barack), um sobrenome árabe (Hussein) e outro bastante popular em uma tribo queniana (Obama). Barack Hussein Obama tomará posse como o 44º presidente dos Estados Unidos, o primeiro negro a ocupar o cargo mais poderoso do mundo. Há 143 anos, ele seria propriedade de um senhor de escravos. Há 54 anos, suas filhas, Malia e Sasha, 10 e 7 anos, não poderiam se matricular em uma escola freqüentada por brancos. Há 47 anos, quando Obama nasceu, negros não podiam votar nem ser votados. Daqui a dois meses, no dia 20 de janeiro, a família Obama vai-se mudar de Chicago para o centro de Washington, onde passará a morar na Avenida Pensilvânia, número 1600 – o endereço da Casa Branca. As crianças ganharão o cãozinho de estimação que tanto querem, e já há apostas: as meninas vão para escola pública ou privada?
A eleição de Obama, que ganhou 53% dos votos populares, contra 46% de seu adversário, John McCain, é excepcional pela energia que deflagrou, pelo entusiasmo que despertou nos Estados Unidos, de Nova York a Los Angeles, de Chicago a Miami, pela vibração desencadeada no mundo todo (veja reportagem). E, claro, pela cor, pela cor de sua pele, a de uma minoria negra em um país criado e governado por brancos, que nunca se sentiu totalmente confortável com a presença dos descendentes de escravos trazidos à força para o trabalho braçal da lavoura no sul do país. A convivência foi dolorosa para os negros e moralmente destrutiva para os brancos. O conflito racial faz parte da história americana (veja reportagem). A vitória de Obama também é excepcional pelo que ele é – pelo que carrega na memória, no sangue, na carne. Obama descende da África, nasceu na América, morou na Ásia. Seu pai, que estudou economia nos EUA, era um negro da tribo dos luos, do Quênia, ferrenhos rivais dos quicuios. Sua mãe, antropóloga fascinada pelos camponeses da Ilha de Java, era uma branca do interior do Kansas. Sua meia-irmã, Maya Soetoro-Ng, nasceu em Jacarta, na Indonésia, casou-se com um chinês nascido no Canadá e mora no Havaí. Obama é o fruto desse caldeirão multicultural. Ele recita de memória, sem sotaque, as primeiras linhas do Corão dos muçulmanos. Acha a prece dos islâmicos um dos sons mais belos que se podem ouvir ao cair da tarde. Nasceu em Honolulu. Morou em Jacarta. Estudou em Harvard. É um "Ph.D. em diversidade", como diz o professor Helio Santos no artigo da página 88. Vai presidir os Estados Unidos da América, a nação militarmente mais poderosa, culturalmente mais influente e economicamente mais pujante e imitada do planeta.
Respeitados irmaos dos EUA e do Mundo inteiro:
ResponderExcluirCreio que o entusiasmo com que os proprios Americanos participaram na eleicao de Obama constitui uma demostracao do acreditar na mudanca,no aceitar natural duma nova visao para o Mundo que ë afinal de contas pertenca de todos nos.
Meu sincero apelo se dirige ara que nao seja exacerbada a questao racial. Porque ela em si nao constittui qualquer vitoria. Mas sim tratemos de dar preponderancia para a nova agenda que e proposta e que vai ser implementada pela nova Governacao de Obama. O mundo precisa efectivamente de ser tratada com maior respeito independentemente do seu poderio economico e militar. A aproximacao entre os povos que podera advir como influencia duma governacao equilibrada dos EUA ira exercer a sua influencia para que os demais governos deem premazia a uma aproximacao e solidariedade entre os diferentes paises e povos.
Gostaria efectivamente de contribuir com o meu pequeno esforco para a boa maneira de ser e estar neste planeta. Todos poderemos dar um pouco de nos para consolidar uma relacao saudavel e salutar de progresso.
Assim congatulo me com a eleicao de Obama e a esperanca deste ser um Presidente dos EUA, em primeiro lugar para os proprios Americanos e como e obvio, com o bem estar dos Americanos estes possam dar o seu melhor para o resto do Mundo.
Particularmente gostaria de incrementar a presenca segura e pacifica de Americanos em Mocambique. Na minha area - TURISMO, assim espero incrementar as oportunidades de negocio formulando parcerias inteligentes que contribuam para o sucesso de ambas partes.
Tratarei em simultaneo de convidar nao somente Americanos como outros cidadanias a fazerem parte integrante das oportunidades que desde ja iremos oferecer com todo carinho e respeito pelos investimentos que farao em Mocambique - Terra maravilhosa, de gente encantadora, natureza ainda virgem em grande parte do territorio nacional, e de beleza peculiar que interessa conhecer e saber conviver harmoniosamente com a natureza.
Assim perspectivo a partir deMocambique a eleicao de Obama. A abertura de portas nao para "paternalisticamente"esperar ajudas, mas sim uma contribuicao solidaria e objectiva para a reducao da pobreza que assola o meu pais.
Respeitosos Cumprimentos para todos IRMAOS DO MUNDO INTEIRO.
Saude e Sucessos p/Obama.
Antonio Jose Filipe Saia / INATUR - MITUR - Ministerio do Turismo de Mocambique