terça-feira, 4 de novembro de 2008

Brasil deve rever leis após fusão, diz ex-Banco Central

Na FOLHA DE S.PAULO:

Desencadeada pela crise global, a fusão de Itaú e Unibanco traz à tona a necessidade de rever a legislação bancária do país e incluir a possibilidade de estatização de bancos privados, afirma Carlos Eduardo de Freitas, ex-diretor do Banco Central.
Para ele, os bancos viraram braços do Estado, como concessionárias públicas, e não podem ter risco de falência. "Uma empresa pode quebrar. Um banco, não. Se uma instituição de porte quebra, o país também quebra." Freitas diz que o saldo da fusão é positivo. De um lado, perde-se em concorrência e competição. De outro, ganha-se em segurança e confiabilidade no sistema financeiro. "Criou-se uma instituição mais sólida."
Para o analista Nataniel dos Santos, do BB Investimentos, o negócio contou com anuência e estímulo do BC. Um sinal disso, diz, é a autorização dada pelo governo de bancos maiores comprarem carteiras de crédito de menores.
Rogério Sobreira, professor da FGV, avalia que a fusão foi apressada pela crise, mas não ocorreu por problemas de solvência das duas instituições -a exemplo de recentes transações na Europa e EUA.
O especialista diz, porém, que maior concentração não significa menor competição no setor. Ele diz que Bradesco e Santander vão buscar ganhar mercado com aquisições ou redução de tarifas e novos serviços. Essa corrida, segundo ele, permitirá um nível maior de concorrência.

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