No AMAZÔNIA:
Ao tentar reagir a um assalto, o advogado José Francisco Vieira, de 47 anos, foi assassinado com dois tiros, no início da manhã de ontem, no pátio de sua casa, imóvel de número 1287 da avenida Fernando Guilhon, entre as ruas dos Tupinambás e Apinagés, no Jurunas. José Francisco era genro do empresário Oscar Rodrigues, proprietário da rede de supermercados Líder, e assessor jurídico do grupo. A polícia trabalha com a hipótese de que a morte tenha sido resultado de uma tentativa frustrada de assalto, mas não descarta a possibilidade de execução.
José e a mulher dele, Neuza Maria Rodrigues, foram abordados por dois homens armados quando chegaram em casa, por volta das 7h15, após participarem de uma missa na capela de Santo Antônio Lisboa, no bairro de Batista Campos. Os dois desconhecidos invadiram a residência quando o portão eletrônico do imóvel estava prestes a se fechar. Segundo o que informa a polícia, a vítima teria reagido e, por conta disso, foi baleada. Os tiros atingiram José Francisco na cabeça e no peito.
Os assassinos nada roubaram dele. E, após os disparos, fugiram correndo. Um deles, segundo os vizinhos, chegou a esbarrar na cerca elétrica que protege a residência ao pular o muro da casa. Toda a ação dos matadores foi gravada pelo circuito interno de vigilância. Ontem mesmo, logo após o crime, os delegados Paulo Tamer, diretor da Diretoria de Polícia Metropolitana (DPM), Walter Resende, diretor da Seccional da Cremação, e Emir Miranda, supervisor da Delegacia do Jurunas, tiveram acesso às imagens, no próprio local do assassinato. 'As imagens mostram os dois homens entrando quando o portão estava se fechando, a reação da vítima e, em seguida, os disparos. Não descartamos nenhuma possibilidade. Mas, inicialmente, as informações nos direcionam para uma possível tentativa de assalto. Ainda não identificamos nenhum dos envolvidos', disse o delegado Resende. A polícia investiga ainda a participação de uma terceira pessoa. 'Temos a informação de que um carro foi visto rondando a casa da vítima desde ontem (quinta-feira) à noite', acrescentou.
De acordo com os relatos de vizinhas, quatro disparos foram ouvidos. Um deles foi olhar o que estava acontecendo e viu dois homens correndo pela rua. Em seguida, viu, através das grades da casa, José caído no pátio, em meio a uma poça de sangue.
Nenhum familiar da vítima quis dar entrevistas. Para impedir que fossem feitas imagens do corpo de José Francisco, vários lençóis foram dependurados por empregados da casa, tanto no pátio, onde estava o corpo, como nas grades. Apenas familiares e amigos tiveram acesso ao imóvel. O empresário Oscar Rodrigues chegou ao local, por volta das 9h15, amparado por vários familiares.
O frei Juraci Estevão de Souza, pároco da capela freqüentada por José e Neuza e amigo da família, também esteve no local. 'Ficamos estarrecidos com a notícia. Eles haviam acabado de sair de uma missa celebrada por mim e, de repente, fomos avisados dessa tragédia', disse o frei. 'Toda primeira sexta-feira do mês eles participavam da missa consagrada ao Sagrado Coração de Jesus que é rezada na Capela de Santo Antônio, em Batista Campos, onde eram assíduos freqüentadores', acrescentou.
Uma outra fonte ligada à família, que preferiu não ser identificada, informou que, na hora do baleamento, estavam também na casa uma empregada que mora com a família e os filhos do casal, um menino de 13 anos e uma menina de 10. Apenas o garoto estava acordado na hora dos disparos. A menina acordou com o barulho. As crianças e a mulher, segundo a mesma fonte, estavam em estado de choque e pouco puderam acrescentar ao trabalho dos policiais. Centenas de curiosos não saíram do local até o momento da remoção do corpo, feita por funcionários do Instituto Médico-Legal (IML), ocorrida por volta das 10h30.
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