segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Alunos se atrasam no Enade

No AMAZÔNIA:

O horário de verão mais uma vez deixou do lado de fora dezenas de estudantes que tinham que ter feito ontem a prova do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) para receberem seus diplomas. Em Belém, oito escolas sediaram o exame e em todas elas houve reclamação de quem não chegou a tempo no local. No Pará, 12.735 estudantes paraenses foram selecionados para mostrar o que aprenderam em cerca de vinte instituições de ensino superior.
A confusão na maioria das vezes aconteceu por conta da diferença do fuso horário de Belém e o previsto no edital que era o de Brasília, às 13 horas.
'Lá no edital estava 13 horas, então não me desesperei. Fui com uma hora de antecedência, meio-dia, e quando chego lá qual não é minha surpresa quando vejo os portões fechados? Eu acho absurdo isso, porque não colocam o horário de Belém?', queixou-se a estudante de filosofia Marisa Soares, que fez prova no Sophos.
No colégio Paes de Carvalho, mais estudantes ficaram de fora e tentaram forçar a entrada na instituição. A Polícia Militar teve que ser acionada. 'Eu cheguei apenas três minutos atrasado, vi os portões sendo fechados na minha cara. Ainda tentamos forçar o portão, eles chamaram a polícia que ficou o tempo todo nos intimidando, mas não deram uma satisfação porque não teve pelo menos o tempo de tolerância', reclamou o estudante de licenciatura em química Judah Leonardo Ferreira.
Ele diz que é contra a obrigatoriedade da prova. 'É um absurdo. Não é justo ter que ficar sem o diploma porque o Enade não cumpre o edital', afirmou.
Na Escola Estadual Visconde de Souza Franco, na avenida Almirante Barroso, mais protestos. Cerca de 20 alunos reclamaram que os portões foram fechados com cinco minutos de antecedência.
'O certo seria ter encerrado quinze minutos depois e não cinco minutos antes. Estava trabalhando, saí a tempo para chegar aqui e mesmo chegando cinco minutos antes não pude fazer a prova', afirmou o estudante, que disse que vai ingressar com o recurso no Ministério da Educação (MEC), caso seja impedido de se formar.
Além desses locais, houve prova no Colégio Gentil Bittencourt, Justo Chermont, Ulisses Guimarães, Jarbas Passarinho e Magalhães Barata. Além da capital, a prova se deu em outros 34 municípios do Estado.
Os estudantes que fizeram a prova estão com o desafio de melhorar o desempenho das instituições paraenses no Enade. No ano passado, nenhum dos 52 cursos avaliados no Pará alcançou a nota cinco (a melhor pontuação).
Além disso, do total de instituições submetidas ao teste, oito cursos paraenses foram reprovados com a nota dois: o de Medicina, da Universidade Federal do Pará (UFPA), o de Educação Física, da Universidade do Estado do Pará (Uepa), o de Fisioterapia, da Universidade da Amazônia (Unama), o de Zootecnia, da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e Farmácia e Nutrição, do Centro Universitário do Estado do Pará (Cesupa).
No Enade 2007, as melhores notas foram as dos cursos de Odontologia, da UFPA, em Belém, e dos cursos de Enfermagem (em Santarém) e de Educação Física (em Castanhal e Santarém), da Uepa, que registraram a média quatro. Dezesseis cursos ficaram com três e outros 24 não receberam conceito.

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