segunda-feira, 27 de outubro de 2008

PMDB ganha espaço, avança nas capitais e mira pós-Lula

Na FOLHA DE S.PAULO:

O mapa político das cidades brasileiras tem novo dono: o PMDB. A partir de 1º de janeiro de 2009, o partido governará cerca de 28,6 milhões de eleitores em 1.202 municípios, o que aumenta o cacife da legenda para a sucessão de 2010.
As eleições também ficaram marcadas pela onda de reeleições, que se repetiu no segundo turno. Dos 20 prefeitos de capitais que tentaram renovar seus mandatos, 19 venceram. Apenas o prefeito de Manaus, Serafim Corrêa (PSB), perdeu. Em 2004, só cinco prefeitos candidatos se reelegeram.
O PT também avançou do ponto de vista orgânico: teve o maior número de vitórias (21) no chamado G79, grupo formado pelas 26 capitais e 53 municípios com mais de 200 mil eleitores -em que o segundo turno é possível. Saiu governando 20 milhões de eleitores.
Mas o bom desempenho foi atenuado pelo fato de que o partido do presidente Lula não conseguiu emplacar nenhuma vitória de grande relevo. Pior: sua maior aposta, São Paulo, transformou-se em uma grande derrota política para o grupo de José Serra, eventual candidato a presidente em 2010.
Além da derrota de Marta Suplicy para Gilberto Kassab (DEM), houve fracassos importantes em Salvador, com Walter Pinheiro, e em Porto Alegre, com Maria do Rosário.
Desde 1988 o PMDB saía das urnas como líder no número de prefeituras conquistadas, título garantido por seu domínio no chamado "Brasil profundo". Este ano o partido manteve-se poderoso nos grotões, mas se expandiu nas cidades de médio e grande porte, passando a ser a sigla mais votada e a que governará o maior número de eleitores- vitórias conquistadas pelo PSDB no pleito de 2004.
O PMDB venceu em seis capitais. No primeiro turno, havia vencido em Goiânia e Campo Grande. Ontem, elegeu os prefeitos do Rio e Florianópolis e derrotou o PT em Salvador e Porto Alegre. No total, 17 peemedebistas conseguiram se eleger em cidades que integram o G79. Em 2004, eram apenas 9. O partido também triplicou o número de eleitores sob o seu comando nessas grandes cidades- passou de 3,6 milhões em 2004 para 11,7 milhões.
No curto prazo, a vitória do PMDB será usada nas costuras para a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado, assim como na busca por mais espaço no ministério. Publicamente, líderes do partido admitem capitalizar o resultado na largada rumo a 2010. "Somos o maior partido do Brasil. Em 2010, vamos forte para qualquer aliança, sem nenhuma dúvida", disse o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), que quer presidir a Casa. Ontem, Orestes Quércia, que apoiou Kassab, apontou Serra como opção para a sucessão de Lula.

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