domingo, 14 de setembro de 2008

Pará é o sétimo em número de homicídios

No AMAZÔNIA:

O Pará é o sétimo Estado em número de homicídios. É o que indica o Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros de 2008, estudo realizado pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), Instituto Sangari, Ministério da Saúde e Ministério da Justiça. Em 2006, foram contabilizados 2.003 assassinatos no Estado, dos quais 83%, concentrados em 35 municípios paraenses, incluindo Belém. Não é por acaso que o Pará é um dos Estados que já recebem as ações do Programa Nacional de Segurança Pública e Cidadania (Pronasci), do Governo Federal, para combate à violência.
Tailândia, Marabá e Novo Repartimento são três municípios paraenses listados entre os 20 com maior taxa de homicídio por 100 mil habitantes. De 2004 a 2006, o número anual de assassinatos em Tailândia, sexta colocada do ranking, subiu de 48 para 66. Cumaru do Norte, Goianésia do Pará, Nova Ipixuna, Novo Progresso e Jacundá são outras cidades do Pará que constam entre os 50 primeiros da lista. Em números absolutos, Belém fica em 15º lugar, após uma diminuição de 628 homicídios em 2005, para 479 no ano seguinte.
De 1996 para 2006, o número total de homicídios pulou de 38.888 para 46.660. Esse incremento, de 20%, é superior ao crescimento da população, de 16,3% no mesmo período. Até 2003, essa taxa aumentava de forma constante, cerca de 4,4% ao ano. A partir de 2004, a história mudou; o número de homicídios passou a cair nos anos seguintes, o que o autor do estudo, Julio Jacobo Waiselfisz, diretor de pesquisas do Instituto Sangari, considera ter sido conseqüência das políticas de desarmamento desenvolvidas a partir desse ano.
Nos anos seguintes, as taxas de homicídio continuaram caindo de forma significativa, mas em ritmo mais lento. Entre 2003 e 2006, as quedas anuais foram de 2,9%. 'Mesmo considerando o impacto das políticas de desarmamento implantadas em 2004, as quedas subseqüentes e a ação efetiva de redução da violência em vários estados do País, as taxas de violência homicida do País ainda continuam exageradamente elevadas', opina o autor, na pesquisa.
Outra mudança evidenciada nos dez anos de estudo do Mapas da Violência do Brasil, é que há um deslocamento da violência dos grandes centros urbanos rumo ao interior dos Estados. Até 1999 os pólos dinâmicos da violência localizavam-se nas metrópoles. Essa tendência diferente começou a ser percebida no Mapa da Violência em 2004, o que foi confirmado na pesquisa lançada este ano.
Dificuldade - A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Segurança Pública foi contatada para agendar entrevistas com responsáveis pelos programas do Pronasci no Pará. Como resposta, dois dias mais tarde, a assessoria enviou apenas uma breve lista resumida de alguns dos projetos. Também não houve como entrar em contato com o Comando de Policiamento da Capital (CPC), pois o tenente-coronel que se propôs a receber a reportagem avisou que não poderia dar entrevista.

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