Karla de Oliveira, leitora do blog, diz que há tempos tinha vontade de escrever.
E escreveu.
Ainda bem que o fez.
O e-mail de Karla é sobre o bagunça e a falta de educação no trânsito em Belém.
Mas – podem vocês também constatar -, o que seu desabafo expressa não é apenas o atropelo e a quebra nas regras no trânsito.
Mais do que isso, revela incivilidades, grosserias, falta de bom senso, absoluto desprezo pelo direito alheio. Isso tudo se revela tanto ao volante de um carro como em outras situações na convivência social.Uma convivência – é duro constatar – que não é bem uma convivência: é uma disputa para se saber quais os individualismos que mais prevalecem – seja pela força, seja pelo poder, seja pela falta de educação.
Basta.
É melhor deixar a Karla falar. Ou melhor: desabafar.
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Há muito tempo penso em escrever para o Espaço Aberto, a fim de compartilhar minha indignação a respeito do trânsito de Belém e principalmente dos motoristas dessa cidade.
Moro na Avenida Governador José Malcher, esquina com Alcindo Cacela, e tenho o desprazer de presenciar da minha janela todos os tipos de barbeiragem, falta de respeito e nenhum bom senso que os motoristas costumam praticar por essa redondeza. Com especial atenção aos motoristas de ônibus, que queimam pontos, atravessam os veículos no meio da rua travando todo o transito da avenida e comumente deixam os passageiros no meio da rua. Quando digo meio da rua, me refiro à faixa do meio, das três pistas que formam a avenida.
Quando dirijo, então, me pergunto: qual o motivo de tanta falta de educação no trânsito desta cidade? O que leva as pessoas a buzinarem tanto? A não respeitarem sinais ou faixas de pedestres? Parece que todos estão sempre atrasados.
E as filas duplas, triplas que se concentram em frente aos colégios? É quase impossível transitar pela Avenida Nazaré ao meio-dia, quando os pais estão pegando seus filhos nos colégios. Eu não entendo qual a necessidade de se amontoarem, atrapalhando todo o trânsito, como se fossem donos da rua.
O descaso com o próximo é algo que muitas vezes me choca. É como se as pessoas tivessem esquecido que vivem em sociedade, como se sua vontade prevalecesse em detrimento de outro. Isso acontece no trânsito, nos estacionamentos dos supermercados e dos shoppings.
Ontem à noite, por volta de 19h40, meu marido e eu fomos ao Clube do Remo, na Avenida Nazaré, para fazer natação. O movimento de carros e ônibus ainda estava grande àquela hora. Quando fomos entrar no estacionamento do clube, um rapaz num Celta vermelho estava saindo; foi impressionante a atitude dessa pessoa. Ele, vendo que nós estávamos já em cima da calçada, não só não parou o carro para que pudéssemos entrar como acelerou, ficando com o carro no portão. E continuou vindo para cima de nós!
O porteiro até tentou fazer com que ele parasse, mas o rapaz o ignorou completamente, mostrando que não arredaria nem um centímetro. Conclusão: tivemos que voltar de ré para a Avenida Nazaré, para que o fulano, em seu Celta vermelho, pudesse sair e nós deixar entrar.
Eu fiquei pensando: o que leva uma pessoa a ter tal atitude? A ser tão irredutível?
Dei-me conta de que esse rapaz não age sozinho, mas que há uma sociedade inteira agindo assim. Sei que não sou perfeita, que cometo erros, barbeiragens e muitas vezes devo deixar alguém indignado comigo também.
Então, eu lamentei pela atitude desse motorista, por minhas atitudes e principalmente lamentei por todos nós que estamos no trânsito de Belém, pois não vejo que isso vá melhorar.
Deculpem o desabafo.
Karla de Oliveira
Sou solidária a você Karla! Todos os dia fico indignada com tanta falta de educação e me pergunto. Como pode crescer tanto?? Sera que o papel que desempenho na sociedade não consegue diminuir em nada? Onde erro tanto com aqueles que me ladeiam? Tudo que repasso parecem nem ouvir! Onde chegaremos com tanta falta de educação!?
ResponderExcluirUm abraço,
Mi Morena