quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Mãe de estudante está inconsolável. Domingo ele faria prova.

No AMAZÔNIA:

A mãe custa a acreditar. O estudante José Admilson Costa Reis, baleado na saída do colégio Augusto Meira, na segunda-feira (25), estava animado para a prova de vestibular que faria no domingo. 'Ele queria ser professor de educação física. Queria dar aulas', soluça Jacirene Costa, procurando conforto no ombro do filho mais novo. Admilson morreu na calçada da escola, na saída da aula. Na frente dos colegas. Nove dias antes, ele havia completado 19 anos.
Antônio Madson não vai esquecer do irmão saindo de casa para ir à aula, depois do almoço. Os dois dividiam o mesmo quarto e, às vezes, as mesmas roupas. Almoçaram juntos no dia em que ele morreu. 'As coisas dele ainda estão no mesmo lugar, tá tudo aqui, do jeito que ele deixou', diz o irmão, arrumando o uniforme e os livros que ficaram sobre a cama.
Admilson era um rapaz calmo. Não era o melhor aluno da turma, mas era dedicado. Aos domingos, ajudava nas tarefas da igreja que freqüentava com a família, no bairro da Terra Firme. 'Era o melhor filho que uma mãe poderia ter', diz Jacirene, abatida. 'Deus me deu os melhores filhos do mundo, eu nunca tive o que reclamar dele. O meu coração tá pequeninho porque fizeram essa maldade, e ainda estão dizendo que ele era bandido. É tudo mentira'.
O estudante estava se preparando pra fazer a prova do Enem, o Exame Nacional do Ensino Médio. Se fizesse uma boa pontuação poderia cursar uma faculdade particular gratuitamente. Poderia realizar o sonho de se tornar professor de educação física.
Antônio não acredita que Admilson tenha reagido. Para ele, o irmão se assustou com o assalto, tentando voltar para a escola para não ser roubado. 'Ele não ia brigar por causa de uma bicicleta, ele não era de briga. O cara atirou duas vezes e não conseguiu acertar ele. Só acertou na terceira, porque ele tava no chão, caído. Não foi uma briga'.
Segundo a polícia, os assaltantes tinham a informação de que Admilson carregava um notebook na mochila. 'Ele não tinha nem celular', diz o irmão da vítima. Considerando a casa de madeira, com poucos móveis e quase nenhum aparelho eletrônico, fica difícil acreditar que ele pudesse estar levando um computador na bolsa.

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