domingo, 31 de agosto de 2008

Má educação torna o trânsito infernal

No AMAZÔNIA:

A partir de janeiro de 2009, a carga horária para a retirada da carteira de habilitação será maior. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicou uma resolução que aumenta a carga horária e os conteúdos a serem vistos pelos candidatos em auto-escolas. As justificativas para a mudança são as crescentes incidências de acidentes envolvendo veículos de duas rodas em todo o País, além de uma melhor preparação aos futuros condutores de veículos.
Com a mudança, nas aulas teóricas serão incluídos temas relacionados a álcool e direção e cuidados dos condutores em relação aos motociclistas. No curso teórico, houve aumento em conteúdos considerados fundamentais para evitar acidentes: direção defensiva, legislação de trânsito e noções de funcionamento do veículo. Diante das estatísticas de acidentes envolvendo motocicletas, o conselho quer que os professores ensinem a evitar desastres envolvendo veículos de duas rodas, além de cuidados com a vítima.
De acordo com o Contran, com a mudança será possível oferecer uma maior qualidade na formação de motoristas, mas há quem discorde da resolução. 'Não adianta aumentar a carga horária se na prática diária do trânsito ninguém cumpre o que foi aprendido nas auto-escolas', declarou o professor Moisés Pinheiro Miranda, que se queixa das inúmeras irregularidades cometidas por condutores que não respeitam as leis de trânsito. 'Já fui impedido de entrar na garagem do meu prédio várias vezes, pois quando chego em casa quase sempre encontro uma fila dupla bem na porta da garagem. Fico muito aborrecido, pois qualquer pessoa inteligente sabe que ali existe uma entrada de veículos. É muita falta de respeito', reclamou o professor.
Assim como Moisés, muitos condutores de veículos reclamam do caos em que se tornou o trânsito na cidade, conseqüência da falta de educação de motoristas mal preparados. Fila dupla na porta de escola é uma das principais queixas de quem sente de perto a confusão nas ruas do centro da cidade. 'Sei que os pais querem deixar os filhos bem na porta do colégio, mas eles têm que se conscientizar de que estão atrapalhando. É mais correto estacionar o veículo em um local mais distante e caminhar com o filho até a porta da escola', afirmou a autônoma Deyse Andrade, que critica a resolução do Contran. 'Não vai ser com o aumento da carga horária nas aulas práticas e teóricas que conseguiremos educar os condutores. Aposto que as auto-escolas já orientam o aluno sobre as irregularidades das filas duplas, mas na prática as pessoas esquecem tudo', comentou.

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