sábado, 30 de agosto de 2008

Jesus vai à escola


Na ÉPOCA:

Alunos da escola municipal Walter Carretero, em Sorocaba. Eles rezam o Pai-Nosso todas as manhãs. Às 7 da manhã, o portão é aberto e as crianças da 1ª à 4ª série entram na escola. Depois do chocolate quente, sentam-se em filas, no pátio. Uma professora pára na frente da turma e pergunta:
– O que fazemos de gostoso todas as manhãs?
– Acolhimento! – gritam, em coro, os cerca de 300 alunos.
– Então, todo mundo de mãozinha para cima.
Basta a professora puxar, “Pai-Nosso que estais no céu...”, e a turma toda acompanha. De olhos fechados, as crianças rezam o Pai-Nosso sem dificuldade, algumas com as palmas das mãos juntas na altura do peito, outras com as mãos abertas e para o alto. Depois de entoar duas orações e uma música sobre o amor, sobem enfileiradas para a sala de aula. “Quando cheguei a esta escola, elas tinham um comportamento muito violento, que traziam de casa”, diz a diretora Patrícia Bonilha. A solução foi o “acolhimento” no início de cada turno. “Melhorou muito. Ele proporciona equilíbrio, você consegue aquietar o ambiente, principalmente no período da tarde, quando as crianças chegam cheias de adrenalina”.
A cena lembra um ritual tradicional de qualquer colégio católico. Mas ocorreu na escola municipal Walter Carretero, de Sorocaba, interior de São Paulo. Na rede da cidade, todas as escolas incluíram trechos da Bíblia em seu material didático em 2002, com a adoção da cartilha Deus na Escola, produzida pela Secretaria Municipal de Educação com a participação de várias entidades religiosas. “Percebemos uma mudança de comportamento nos alunos de toda a cidade. No modo como tratam os professores, a família e os amigos”, diz a advogada Maria Lúcia Amary. Ela foi uma das autoras do programa, que dá orientações sobre como as escolas devem trabalhar os valores cristãos nas disciplinas escolares.
A transmissão de valores é um dos principais argumentos para a inclusão do ensino religioso nas escolas. Seus defensores consideram que a espiritualidade é um conhecimento fundamental para o desenvolvimento. “Em tempos de violência e degradação familiar, a escola deve ser um espaço para a construção do indivíduo”, afirma Maria Lúcia. “Na formação do caráter de uma pessoa, ficam faltando valores fundamentais de vida e respeito se ela não tem uma religião.”

Mais aqui.

2 comentários:

  1. É por isso que eu gosto deste blog, porque fala de tantas coisas diferentes, faz reflexões sobre o cotidiano da cidade e ainda dá dicas espertas.

    Ana Marcia

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  2. Olá, Ana Márcia.
    O blog também é seu. Aliás, é mais seu do que nosso.
    Quando você tiver dicas boas, pode mandar.
    Abs.

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