segunda-feira, 28 de julho de 2008

Lei seca é boa para o bolso

No AMAZÔNIA:

Em pouco mais de 30 dias de aplicação, a rigorosa fiscalização da Lei Seca já se mostrou capaz de preservar vidas no trânsito. Agora, os primeiros resultados econômicos da medida também começam a aparecer. O Sindicato dos Corretores de Seguro do Pará (Sincor-PA) afirma que, nos próximos meses, o bolso dos motoristas do Estado será beneficiado pelo combate à perigosa combinação álcool e volante. O presidente do Sincor-PA, Fábio Lúcio Costa, adiantou que as companhias seguradoras de veículos do Pará estão se preparando para contemplar os clientes com descontos que podem variar de 21% a 25% no valor das apólices.
'Deixando de dirigir alcoolizado, o condutor evitará acidentes. Sem acidente, automaticamente, será maior o lucro da companhia seguradora. A empresa transferirá o desconto para o segurado. Pela minha experiência, acredito que essa redução será em torno dos 25%', explicou Fábio Costa.
O desconto vai ser possível porque as indenizações pagas por acidentes representam entre 55% a 60% do que é desembolsado pelas seguradoras, de acordo com estatísticas do Sincor-PA. A tendência é de que as empresas transfiram esse benefício que serviria para cobrir os prejuízos materiais para abonos àqueles que renovarem a apólice ou assinarem o primeiro contrato de seguro do carro. 'O benefício que poderá ser dado ao cliente será motivado também pela grande competição entre as seguradoras. Mas as empresas só poderão avaliar esse impacto ao longo desses primeiros três e seis meses depois da Lei', destacou Fábio. 'Possivelmente no final desse ano, os segurados já sentirão no bolso esses descontos', acrescentou.
A boa notícia não está restrita ao Pará. A assessoria de comunicação da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor) calcula que em todo o País o índice de redução será em torno de 10% a 20% no preço nacional do seguro. Entretanto, Fábio Costa enfatiza que a queda dos preços só será mantida se o rigor na fiscalização a motoristas embriagados permanecer. 'Está tudo muito cedo ainda, esperamos que essa fiscalização continue, só assim haverá prevenção de acidentes, que implica na redução do valor das apólices', disse.
Conforme o presidente do Sincor-PA, apesar das atenções estarem focadas nos seguros automotivos, concomitantemente a redução de acidentes no Pará vai repercutir em descontos nas apólices de seguro de vida. 'A carteira de vida ainda não é volumosa, porque hoje o consumidor é voltado mais para o seguro do automóvel do que o da própria vida, mas com a redução de acidentes diminui gastos com assistência médica, com possíveis casos de invalidez entre outros. Nós estamos muito focados no sentido que haverá uma redução drástica nas apólices de seguro', ressaltou.
A motivação das seguradoras deve-se aos benefícios que a Lei Seca trouxe para o trânsito do Pará nos últimos 38 dias. Apesar do Detran-PA não ter divulgado dados sobre a redução de acidentes envolvendo veículos, a Polícia Rodoviária Estadual (PRE) comemora a queda de 70% desse número nas rodovias estaduais. Segundo a PRE, ao longo desse período, incluindo o início das férias até hoje, só foram registrados três acidentes, enquanto a média, em qualquer feriado prolongado é de pelo menos 10 acidentes nas rodovias estaduais.
O presidente do Sincor ainda faz uma alerta importante quando o assunto é Lei Seca: 'Antes do segurado entregar o volante para uma outra pessoa e evitar problemas com blitze, ele deve verificar se na apólice de seguro é permitido que essa pessoa conduza o veículo'. Em caso de acidente envolvendo terceiros, a seguradora só indeniza o cliente se estiver previsto no contrato que o veículo pode ser dirigido por outra pessoa além de principal condutor. Para evitar problemas, o presidente do sindicato dos corretores sugere que o dono do carro peça a alteração na apólice.
'Os seguros de carro hoje trabalham com o perfil. No momento da contratação já se determina quem teoricamente pega o carro. Se eventualmente, alguém dirigir o carro não tem problema algum, agora se isso virar uma constância, esse terceiro deve constar na apólice como alternativa. Será avaliado o perfil dele também. Essa é uma preocupação que o consumidor deve ter, para evitar problemas posteriores', alertou Fábio.

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