terça-feira, 29 de julho de 2008

Desolação na porta do IML

No AMAZÔNIA:

Um clima de desolação invadiu as dependências do Instituto Médico Legal, em Belém, ontem. No local, dezenas de familiares e amigos das oito vítimas do acidente ocorrido no final da tarde de domingo na PA-124 , esperavam pela liberação dos corpos.
No caso das cinco ocupantes do Vectra de placas JUX2702, de Ananindeua, que foram carbonizadas durante o acidente, a liberação só acontecer após exame de DNA para identificação. Os corpos de Hélido Campos Tavares, condutor do EcoSport de placas JUY1471, e da namorada dele, Soraia Correia Assad, foram levados para o município de Bonito, onde aconteceriam o velório e o enterro.
No conjunto Guajará 2, em Ananindeua, a casa de Hélido estava fechada, mas os vizinhos lamentavam a perda trágica. 'Moro aqui há 22 anos e conheço o Hélido desde que eles se mudaram para cá, há uns 15 anos. Era um bom rapaz, tinha 27 anos. Dirigia muito bem. Trabalhava como motorista para uma empresa e era muito cuidadoso. Também não tinha muito o vício de ficar bebendo', assegura a dona-de-casa Márcia Athaíde, que informou que Hélido, a namorada Soraia, a tia dele, Daniele, e uma amiga (Jocilene Holles) tinham ido passar o final de semana em Salinas e estavam voltando para casa quando o acidente aconteceu. 'O carro era da Daniele, que é tia do Hélido, mas ele é quem estava dirigindo', completou a vizinha.
A única sobrevivente do acidente, Daniele Campos, passageira do EcoSport, continua na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Metropolitano, onde deu entrada às 21h16 do domingo. Segundo boletim divulgado pelo hospital às 14h20 de ontem, ela continuava em estado grave, sedada e dependendo de aparelhos para manter os sinais vitais. Daniele teve fratura no fêmur esquerdo e traumatismo craniano grave.
Bastante abalados durante a espera pela liberação dos corpos, nenhum dos familiares dos ocupantes do Vectra quis falar com a imprensa. Segundo informação de um amigo, as vítimas seriam Roberta Freitas, 27, Dinorah Mendonça, 24, Teresa Nunes, 24, Maysa Neves, 19, e outra moça identificada apenas pelo prenome Hanna, também de 19 anos. O grupo estaria passando o final de semana em Salinas, enquanto Maysa, vocalista da banda de pagode Saia Justa, estaria se apresentando em Santa Maria. De acordo com o relato do amigo, as quatro jovens foram buscá-la em Santa Maria e estavam voltando para Salinas na hora do acidente.

Final de semana marcado pela dor da perda
A duas ruas da casa de Hélido, outra família enfrentava a dor de um final de semana violento nas estradas: os parentes do radiotécnico Oscarino Melo de Souza, 53 anos, morto na colisão entre o Fiat Uno que ele dirigia e um Sienna de placas JUD5637.
Ontem pela manhã, a família se preparava para o enterro no cemitério de Santa Izabel. 'Eles vinham de uma localidade próxima a Salinas, chamada Derrubadinho, onde a família participou de um batizado', contou o irmão da vítima, o operário Osmar Melo de Souza.
Além de Oscarino, viajavam no Fiat a esposa dele, Maria Dolores Costa Pinheiro, 56, duas sobrinhas, e o marido e o filho de uma delas. Maria Dolores está internada no Hospital Metropolitano e seu estado é estável. Os outros ocupantes tiveram escoriações e o outro homem, não identificado pela família, teve uma fratura no braço. 'É uma situação muito triste. Meu irmão não bebia e era cuidadoso no trânsito', disse Oscar, apoiado pelos parentes.

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