Aparecem novas testemunhas do acidente na estrada de Salinas

No AMAZÔNIA:

Um casal de lavradores que testemunhou a colisão frontal que causou a morte de oito pessoas, cinco delas carbonizadas, diz que o acidente foi provocado por outro veículo. O acidente ocorreu na tarde do último domingo, na PA-324, que liga Santa Maria do Pará a Salinópolis. Os agricultores disseram que um terceiro veículo, um Gol vermelho, e não um Polo, provocou o mais grave acidente do período de veraneio deste ano. Francisco Odileison Pereira do Nascimento, de 25 anos, e a mulher dele, Ivone, de 22, disseram, na manhã de ontem, que estavam chegando em casa, que fica num ramal localizado a cerca de 50 metros do local onde houve a colisão entre o Vectra e o Ecosport, quando a tragédia aconteceu.
A versão do casal esclarece alguns detalhes que ainda permaneciam obscuros, principalmente sobre a participação ou não de um terceiro veículo. 'Foi um Gol vermelho, dirigido por um rapaz que não tinha mais de 20 anos, branco, cabelos curtos, e que estava acompanhado de uma moça também nova e de cor branca. Depois da batida entre os carros, esse rapaz parou o Gol na frente da fazenda (Santa Cecília), bem perto de nós, e nem saiu de dentro do carro. Ele estava amarelo, agoniado com o que estava vendo. A mulher que estava com ele gritou ‘vamos embora, vamos embora’, e ele ligou o carro e foi embora. Não passaram nem um minuto parados', contou Francisco. Outro detalhe esclarecido pelo lavrador e sua esposa foi em relação a como o choque entre o Vectra e o Ecosport aconteceu. 'Se o carro das mulheres (o Vectra) tivesse ficado na mesma direção, não batia no outro (o Ecosport), não tinha acontecido nada, só um susto. Porque o Gol fez a ultrapassagem e quando (o motorista) viu o carro (Vectra) na frente, ele desviou pra esquerda. Mas a motorista do carro (Vectra) deve ter se assustado e foi pro lado esquerdo e bateu no outro carro (Ecosport)', relata Francisco Odileilson, que não quis que ele e sua mulher fossem fotografados.
O lavrador diz que o motorista do Gol foi totalmente irresponsável, mas 'estava ligado nas ultrapassagens que vinha fazendo, e por isso conseguiu desviar' e evitar o choque frontal com o Vectra. No local do acidente existe uma elevação que impede a visão total da estrada, motivo para que a ultrapassagem não devesse ter sido feita pelo motorista do Gol.
O casal disse ainda que, depois do choque, o Vectra não explodiu logo. 'Primeiro saiu muita fumaça, e depois o fogo começou. Ninguém gritou dentro do carro, tava todo mundo desacordado'. Francisco e Ivone garantem que são capazes de reconhecer com segurança os dois ocupantes do Gol.