sábado, 31 de maio de 2008

Professores entram em choque com a PM


No AMAZÔNIA:

Professores da rede estadual, em greve há 36 dias, foram para a frente do Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, ontem pela manhã, protestar contra o governo do Estado pela falta de negociação da pauta proposta pela categoria. Eles aproveitaram a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos governadores da região Norte no Fórum de Governadores da Amazônia Legal para pressionar a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, a buscar uma saída para o fim da greve.
A manifestação acabou em confusão depois que os professores tentaram invadir o Hangar. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores na Educação Pública do Pará (Sintepp), uma nova rodada de negociação com o governo está marcada para as 11 horas da próxima segunda-feira, 2, no Centro Integrado de Governo.
Durante toda a manhã, a manifestação foi tranqüila, com líderes sindicais se revezando ao microfone em discursos que destacaram o desacordo com o governo. Houve apitaço e os educadores queimaram um caixão coberto com fotos da governadora do Pará.
O senador José Nery, a vereadora Marinor Brito e a ex-deputada Araceli Lemos, todos do PSOL, se juntaram ao ato. Mas uma pequena desavença entre os manifestantes e um grupo de militantes do PT já havia sido controlada logo cedo. 'Foi só um momento, quando o pessoal do PT chegou e passou pelo meio da manifestação. Mas isolamos os grupos em locais diferentes e ficou tranqüilo. É uma manifestação pacífica', disse o comandante do Grupo Tático da PM, coronel Noura, até pouco antes do meio-dia.
Depois de serem informados que nenhuma comissão seria recebida pela governadora Ana Júlia Carepa ou pela presidente no Hangar, Joana Pessoa, os manifestantes tentaram invadir o Centro de Convenções, passando por cima das grades de proteção.
Os policiais reagiram à tentativa usando sprays de pimenta e, no meio do empurra-empurra, a vereadora Marinor Brito foi ao chão e outros manifestantes se machucaram, sendo atendidos pelos Bombeiros e por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Segundo a Secretaria de Comunicação do Estado, não houve agressão por parte da polícia. O que ocorreu, segundo o governo, é que os professores forçaram a passagem.
Os grevistas já haviam recebido o ex-secretário de Educação, Mário Cardoso, com vaias e gritos de 'traidor', e também reagiram com vaias aos discursos de saudação ao presidente Lula, feitos pelos poucos militantes do Partido dos Trabalhadores (PT) que se organizaram em frente ao Hangar.
'Não é a base da categoria que está aqui, mas gente que está aproveitando o momento para se projetar. Isso já é uma disputa eleitoral', disse Laélia Brito, do diretório municipal do PT.

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