quinta-feira, 1 de maio de 2008

Polícia pede prisão e diz que casal estava presente

Na FOLHA DE S.PAULO:

A Polícia Civil entregou ontem à Justiça o inquérito completo e um relatório final sobre a morte de Isabella Nardoni, 5, que indicam que Alexandre Nardoni, 29, e Anna Carolina Trotta Jatobá, 24 estavam em seu apartamento no sexto andar do edifício London quando a menina foi jogada pela janela.
A polícia entregou à Justiça junto com o inquérito e o relatório um pedido de prisão preventiva - até a realização do julgamento- para o casal.
O pedido foi baseado no temor da polícia de que eles fujam da cidade e na possibilidade de que tentem alterar provas já obtidas pela polícia.
Com base nos gritos de "pára pai", citados por testemunhas e marcas da tela de proteção encontradas na camiseta de Nardoni, os policiais concluíram que Anna Carolina tentou asfixiar Isabella, o irmãozinho gritou por ajuda e Nardoni jogou a menina pela janela.
A Folha teve acesso ao relatório final da polícia sobre o inquérito. A maior parte dos argumentos da polícia contra o casal foi baseada no confronto entre os telefonemas dados por testemunhas que chamavam por socorro e por Nardoni e sua mulher que telefonavam para familiares, e cronometragens de tempo feitas por peritos durante a simulação do crime, feita no último domingo.
A polícia concluiu que Isabella foi jogada da janela às 23h49min19s. Nesse momento, Nardoni e sua mulher estavam dentro do apartamento, diz o documento. Logo que Isabella caiu e um morador telefonou para a polícia, Nardoni já estava próximo ao corpo. Contudo, segundo cálculos dos peritos, ele não teria conseguido chegar tão rápido ao térreo se tivesse realmente feito tudo o que relatou em seu depoimento, como ficar no telefone por 1 minuto e 36 segundos, permanecer o tempo que disse ter ficado dentro do apartamento -da hora que chegou ao sexto andar até constatar a queda da filha-, e esperar o elevador.
Os peritos também chegaram à conclusão que entre a chegada do casal no prédio e a primeira chamada de socorro transcorreram 13 minutos.
Após cronometrar o tempo necessário para percorrer o trajeto entre a garagem e o apartamento conforme o processo descrito por Nardoni e Anna Carolina e depois subtrair do tempo total, os peritos concluíram que o casal teria três minutos para destrancar a porta, verificar que Isabella não estava na cama, procurá-la no quarto do casal, verificar a tela cortada, olhar pela janela e fazer duas ligações que tiveram tempo total de 56 segundos.
Mas, para fazer todas essas tarefas, eles deveriam ter levado pelo menos cinco minutos.
O relatório também afirma que uma terceira pessoa não teria tempo de entrar no apartamento, tentar asfixiar a menina, cortar a tela de proteção, atirar Isabella e limpar manchas de sangue enquanto o casal estava ausente, na garagem. A polícia também concluiu que os gritos de criança ouvidos por testemunhas eram do filho de Nardoni e Anna Jatobá.
Para a polícia, ele pedia que Nardoni fizesse com que Anna Jatobá parasse de asfixiar Isabella. Peritos do IML (Instituto de Criminalística) encontraram marcas de esganadura no pescoço da menina, mas não foram capazes de determinar a quem pertenciam as marcas de mão por meio de laudos.
Já as marcas de chinelo de Nardoni na cama e as marcas da tela de proteção da janela em sua camiseta levaram a polícia a concluir que foi ele quem atirou a menina pela janela.

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