sexta-feira, 2 de maio de 2008

Para PF, Paulinho recebeu propina

Em O GLOBO:

O relatório da Polícia Federal sobre o escândalo de desvio de recursos do BNDES, enviado no dia 17 de abril à 2 Vara Criminal Federal de São Paulo, informa que o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP), recebeu propina de R$ 325 mil para intermediar um empréstimo de R$ 124 milhões do BNDES para a prefeitura de Praia Grande (SP). Em telefonema interceptado às 14h46m do dia 23 de janeiro deste ano, o empresário Manuel Fernandes de Bastos Filho, o Maneco, dono da Fernandes e Bastos Construtora e da boate W.E., e Boris Timoner, ex-diretor executivo das Lojas Marisa, conversam por mais de meia hora sobre detalhes do suposto esquema de desvio de dinheiro do BNDES.
O principal alvo da conversa é o prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (PSDB). Segundo a PF, ele prometeu repassar R$ 4 milhões à quadrilha em troca da aprovação de financiamento de R$ 124 milhões do banco à prefeitura. Na hora de fazer o acerto, no entanto, o prefeito teria oferecido apenas R$ 2,6 milhões. De acordo com a gravação, R$ 400 mil cobririam despesas efetuadas por Maneco, e outro R$ 1 milhão seria o "custo político" da operação. Segundo o relatório, dos R$ 2,6 milhões de propina, R$ 1,3 milhão seria dividido em partes iguais entre Paulinho e outros três personagens do caso, o que dá R$ 325 mil para cada um.
"De dois milhões e seiscentos, um milhão e trezentos seriam divididos por (Marcos) Mantovani, entre ele próprio, Paulinho (possivelmente o deputado federal Paulo Pereira da Silva), Ricardo Tosto e José Gaspar", diz o documento da PF.
O responsável pela distribuição do dinheiro é o empresário Marcos Vieira Mantovani, sócio da empresa de consultoria Progus. Tosto é advogado e conselheiro do BNDES, afastado desde que o escândalo veio à tona. Gaspar é o vice-presidente estadual do PDT em São Paulo.

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