terça-feira, 27 de maio de 2008

Índios agressores são de Redenção

No AMAZÕNIA:

Os índios que agrediram o engenheiro Paulo Fernando Rezende no encontro Xingu Vivo para Sempre na semana passada, em Altamira, foram 'importados' da região de Redenção, no Sul do Pará, a quase mil quilômetros de distância do evento. Eles agrediram o engenheiro da Eletrobrás por que se dizem revoltados com o projeto de construção da hidrelétrica de Belo Monte, empreendimento que vai ficar cerca de 500 quilômetros de Redenção. O rio Xingu, que as entidades organizadoras defendem, nem sequer banha a reserva indígena de onde saíram a índia Tuíra e os outros agressores.
Os índios mais violentos e revoltados com a possibilidade da construção da usina têm apenas parte de sua reserva cortada pelo rio Bacajá, um afluente do Xingu, que segundo os estudos apresentados pela Eletronorte, não será afetada pelo projeto. Isso era o que explicava no encontro o engenheiro Paulo Fernando, garantindo que a terra deles não sofreriam impactos do projeto hidrelétrico, o que revoltou os indígenas e as entidades que organizavam o evento. A única aldeia afetada pelo projeto será a Paquiçamba, cujos índios não estão entre os agressores e que não demonstram a mesma violência dos Caiapó.
Nesta época do ano, a viagem de Redenção a Altamira demora cerca de dois dias. Os indígenas viajaram por conta dos organizadores do evento, principalmente o Conselho Indigenista Missionário, presidido pelo bispo dom Ervin Krautler, com dinheiro de entidades estrangeiras e locais que deram apoio ao evento. Esta movimentação dos índios também está sendo investigada no inquérito aberto pela Polícia Federal para apurar a agressão. A polícia quer saber se o órgão do governo responsável pelos índios, a Fundação Nacional do Índio (Funai), estava sabendo de toda esta movimentação.
A Funai se eximiu de qualquer culpa da agressão dos índios Caiapó ao engenheiro Paulo Fernando Rezende. Segundo a fundação, os organizadores do evento é que são responsáveis pelo que aconteceu. Mas a Polícia Federal deverá pedir explicações à Funai sobre o episódio, já que o órgão é o tutor legal dos índios brasileiros. A PF quer saber se a Funai outorgou poder para o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) agisse como os tutores dos índios, levando-os para o evento e, principalmente, comprando os facões que foram usados como armas contra o engenheiro.
O delegado Jorge Eduardo, que conduz o inquérito aberto pela PF para investigar a violência, diz que a Funai terá que ser ouvida para explicar se houve a concessão de tal autoridade sobre os índios. Ele diz que quando se conduz um determinado número de índios para um evento como aquele, com histórico de violência, a Funai precisa ser ouvida. De acordo com o delegado, isso não indica que a Funai será responsabilizada, mas pode levar a polícia a se aprofundar nas investigações a respeito de quem incentivou os indígenas a atacarem o engenheiro.
A polícia trabalha no sentido confirmar que houve incentivo para que os indígenas agredissem o engenheiro Paulo Fernando. Segundo o delegado Jorge Eduardo, identificar os co-autores da agressão é uma das linhas de investigação da PF. A outra é saber quem foram os agressores. Ele disse que os vídeos com as imagens da agressão foram enviados para a perícia da PF para que os peritos possam identificar os responsáveis pela agressão.

3 comentários:

  1. É o tipo de matéria que se poderia esperar do jornal - mais uma nota paga pela Eletrobrás e empreiteiras interessadíssimas em faturar os milhões que vão escoar pelo ladrão da barragem. Jornalismo da mais triste espécie, o que não é nenhuma novidade dentro dos padrões éticos do grupo ORM, que, infelizmente conta com josnalistas prontos para atender seus sempre escusos interesses.

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  2. Pronto, pelo comentarista acima, já está decidido e assim ficamos combinados: os índios são todos ingênuos e santos; o outro lado só tem capeta e satanás que tudo compram e tudo pagam.
    Belo equilíbrio, não?
    Facão no lombo dos outros é coceira...
    Aí não tem santo, mano.
    Acorda.

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  3. o mais engraçado é dizer que o Bacajá não vai ser afetado por Belo Monte. as canetas de aluguel podiam ser ao menos mais cuidadosas: o prognóstico de todos os engenheiros que estudam o projeto é que o Bacajá vai secar se o Xingu for barrado na Volta Grande.

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